Após o 7 de Outubro e as subsequentes vitórias da Resistência contra o exército israelense, o governo do Estado fictício de “Israel” tem entrado em espiral de crise gigantesca. A começar pela economia que tem caído vertiginosamente, outro ponto que estão enfrentando é com a própria população de colonos, que passaram a duvidar e a questionar as atitudes do governo. A questão dos militares e reservistas também tem sido motivo de desgaste.
Neste momento, a briga maior está entre os colonos israelenses que viviam no norte da Palestina ocupada se recusam a voltar para a cidade de Metula (na fronteira com o Líbano). Esses colonos solicitaram à Suprema Corte israelense uma ordem condicional e uma audiência urgente para excluir o assentamento da decisão de retorno. Yair Kraus, correspondente do norte do jornal israelense Yedioth Ahronoth, afirmou que o conselho de assentamento, liderado por David Azoulay, argumentou em sua petição que a recusa do governo em isentar Metula da decisão de retorno levou a um resultado “completamente irracional”.
Segundo o jornal, os colonos criticaram a decisão do governo de ordenar seu retorno, apesar da destruição generalizada de casas e infraestrutura pública. Eles até mesmo pediram que os juízes da Suprema Corte visitassem Metula, avaliassem a situação em primeira mão e reconhecessem que a decisão não é razoável, pois o assentamento atualmente é impróprio para habitação.
Kraus confirmou que Metula foi alvo de mais de 2.200 foguetes, morteiros e mísseis lançados pelo Hesbolá. A petição enfatizou que os moradores seriam forçados a abandonar suas casas, locais de trabalho e escolas atuais para retornar imediatamente, apesar de 70% das casas do assentamento terem sido danificadas e Metula não estar preparada para acomodá-los. O conselho destacou que o local está impróprio para habitação e muitos riscos de segurança.
David Azulai, chefe do conselho de assentamento de Metula, criticou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu por negligenciar as preocupações dos colonos do norte. “Ele não vem até nós, ele não fala conosco. O gabinete não fala conosco, e o exército israelense se comunica conosco apenas minimamente”, disse Azulai. Em declarações ao Canal 12 , Azulai alertou sobre possíveis escaladas, afirmando: “Ninguém está nos enganando; o dia 7 de outubro acontecerá no norte no momento escolhido pelo Hesbolá”.
Por outro lado, dezenas de milhares de reservistas do exército de ocupação israelense estão cada vez mais buscando tratamento psicológico após completar meses de serviço militar, informou o jornal israelense Yedioth Aharonoth. O relatório destacou que 170 mil soldados israelenses se inscreveram em um programa lançado pelo Ministério da Segurança há cerca de um mês e meio, observando que o programa de tratamento psicológico está testemunhando alta demanda de reservistas.
O jornal libanês Al Mayadeen usou dados do sítio Amigos de Veteranos Deficientes de Israel para informar que em 5 de fevereiro, cerca de 10 mil soldados podem ser oficialmente reconhecidos como portadores de deficiências psicológicas, incluindo transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Além disso, o sítio também traz a informação que mais de 6 mil novos soldados israelenses deficientes foram adicionados à organização, afirmando que um total de 14.700 soldados e agentes de segurança ficaram feridos desde o início do conflito (7 de outubro).
Os problemas psicológicos que estão enfrentando os soldados de ocupação podem ser ainda maiores. No final de novembro de 2024, o Yedioth Ahronoth relatou que pelo menos seis soldados israelenses haviam cometido suicídio nos meses anteriores, no entanto, investigações indicam que esse numero pode ser muito maior, pois ainda não há dados oficiais sobre o assunto.
O relatório aponta uma crise ainda maior de saúde mental no exército israelense. Segundo os dados, milhares de soldados tem buscado apoio em clínicas militares e psicólogos de campo. Cerca de um terço dos soldados afetados supostamente exibem sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático. A investigação sugeriu ainda que o trauma psicológico entre os soldados pode superar o número de ferimentos físicos sofridos durante a guerra, apontou o relatório.