Na última terça-feira (25), o coletivo de artistas GARI (Grupo de Ação Revolucionária Independente) anunciou o lançamento da 18ª edição da revista BRETON, que já está impressa e disponível para aquisição diretamente com os militantes membros do grupo. A publicação, que custa R$25,00, traz como destaque os 100 anos do surrealismo e aborda temas como a censura na arte e o papel da cultura na luta revolucionária.
A revista, intitulada 100 anos de surrealismo: a revolução acima de tudo, dedica-se a explorar o impacto do movimento surrealista, que marcou o século XX com uma visão artística e política inovadora. Entre os temas tratados, está o manifesto surrealista, descrito como um dos mais avançados do século passado, que chegou a unir o surrealismo à revolução política, conforme destacado na matéria A revolução acima de tudo, publicada entre as páginas 16 e 26.
Outro ponto central da edição é a crítica à censura na arte, abordada no editorial Cancelamento: instrumento de censura da burguesia contra a arte, que ocupa as páginas 10 a 15. O texto analisa como a cultura contemporânea, influenciada pelo identitarismo e pela apologia à censura, tem sufocado a produção artística, especialmente no Brasil, onde a arte popular enfrenta barreiras impostas por interesses burgueses.
A edição também traz reportagens sobre o teatro e a ciência. Entre as páginas 4 e 9, a matéria O teatro e a busca de serviço ao povo destaca o trabalho deVianna Filho, que busca resgatar a arte brasileira a serviço da população, com o sambista Odvualdo Vanzolini entre os nomes citados. Já entre as páginas 10 a 15, o texto A ciência e os principais nomes da zoologia no Brasil explora a trajetória de Vanzolini, que também foi um importante zoólogo, e sua relevância entre os maiores compositores da música popular brasileira.
Outro destaque, entre as páginas 27 e 31, é a matéria Diego Rivera e o operário no controle do universo, que aborda a tentativa do artista mexicano de colocar Lênin em uma obra no Nova Iorque, enfrentando resistências, mas deixando um legado emocional e humano em sua produção artística.
O coordenador do GARI, Francisco Muniz, enfatizou a importância da revista para o debate cultural:
“A revista BRETON é um material fundamental para a organização dos artistas, pessoas ligadas à cultura e simpatizantes que tenham algum interesse em levar adiante uma luta revolucionária dentro de sua área. O universo da arte é tomado pelo identitarismo, pela apologia à censura e pela arte de má qualidade, decadente do neoliberalismo. Nesse sentido, é preciso ter uma publicação que faça o debate sobre a cultura sob essa perspectiva.”
A nova edição da BRETON, lançada oficialmente no último dia 3, já pode ser adquirida com os militantes do GARI. O coletivo espera que a revista contribua para o fortalecimento de uma arte revolucionária e independente, capaz de enfrentar as barreiras impostas pela cultura dominante e pelo neoliberalismo.