No momento em que crescem as pressões contra o País, na medida em que se aproxima a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, a China aprovou no último dia 25, a construção da maior barragem hidrelétrica do mundo. A infraestrutura será instalada no rio Yarlung Tsangpo, na região do Tibete. Espera-se que o país gaste mais de 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 137 bilhões ou cerca de R$ 850 bilhões na cotação atual) com o projeto.
A super barragem do rio Yarlung Tsangpo vai gerar três vezes mais energia do que a hidrelétrica Três Gargantas, atualmente a maior do mundo. Realizada no planalto tibetano, a obra pode ser um fator importante para impulsionar o desenvolvimento do País e, segundo o governo chinês, deve significar um avanço da China para a neutralidade de carbono.
A usina gerará 30 vezes mais energia que a usina de Itaipu (hoje, segunda maior), o que é suficiente para abastecer os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. O projeto é mais um marco econômico e da engenharia chinesa e vai estimular indústrias e empregos no Tibete. Os desafios de engenharia que enfrentará são sem precedentes devido à topografia do rio e à instabilidade geológica.
No Brasil, utilizamos apenas um terço do potencial hidrelétrico, ao contrário de outros países, como os EUA e países europeus que usam de 70% a 80%. Ainda assim, o Brasil tem uma matriz elétrica voltada para a hidrelétrica, fruto do percurso histórico pobre em carvão e baseado na filosofia do desenvolvimentismo, ou seja, na busca do aumento da produtividade. Esse percurso gerou uma extraordinária rede nacional, pois enquanto na região Norte temos chuvas intensas de dezembro a maio, na região Sul temos picos de chuva de maio a agosto, e essas usinas são interligadas.
Mesmo em tais condições, os falsos ambientalistas, defensores dos interesses dos interesses do imperialismo que buscam impedir o desenvolvimento do Brasil, assim como gostariam de fazer com a China, não se cansar de perguntar “Quando poderemos abandonar as hidrelétricas no Brasil?”
Ao contrário dessa política de submissão, é crucial que façamos como a China e não imitemos ou adotemos soluções dos que são contrários ao desenvolvimento do País.
Uma resposta possível, ambientalmente sensata e vinculada aos interesses nacionais à mesa estão é “somente quando a energia nuclear for um substituto viável”.
Ildo Sauer, renomado especialista e ex-diretor da Petrobras, argumenta que a construção de usinas hidrelétricas sem reservatórios é a causa fundamental dos problemas que enfrentamos no setor elétrico. Fora da opção nuclear barata, cuja chegada ainda irá demorar décadas, o abandono da geração elétrica hidráulica nos deixa com duas opções: ou o incremento da geração mais poluidora das termelétricas ou o atraso no desenvolvimento nacional.
Além do incremento direto no setor energético, fundamental para países de capitalismo atrasado e que não consomem matéria-prima barata de países atrasados (como os países imperialistas), as grandes obras nesse setor são – sem dúvida alguma – um fator de progresso regional e de geração de milhares de empregos em um setor fundamental como o da construção civil.
Maiores hidrelétricas do Mundo
1º Usina de Três Gargantas – China (18.200)
2º Usina de Itaipu – Brasil (14.000MW)
3º Belo Monte – Brasil (11.233MW)
4º Guri – Venezuela (10.200 MW)
5º Tucuruí I e II – Brasil (8.370 MW)
6º Grand Coulee – Estados Unidos (6.494MW)
7º Sayano-Shushenskaya – Rússia (6.400MW)
8º Krasnoyarsk – Rússia (6.000MW)
9º Churchill Falls – Canadá (5.428 MW)
10º Usina La Grande 2 – Canadá (5.328 MW)