Ásia

China anuncia tarifa de 125% sobre produtos norte-americanos

Medida é retaliação ao novo aumento de tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump

Nessa sexta-feira (11), a China anunciou que aumentará as tarifas sobre produtos dos Estados Unidos para 125%, em mais um episódio da escalada da guerra comercial entre o país asiático e o país governado por Donald Trump. O governo chinês afirmou ainda que irá ignorar as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos contra a China, pois, “no nível atual de tarifas, não há possibilidade de aceitação de mercado para produtos dos EUA exportados para a China”.

A China acusou Trump de causar turbulência nos mercados globais com suas tarifas e disse que os Estados Unidos “devem assumir total responsabilidade” pelo caos. Trump impôs tarifas pesadas, inclusive contra dezenas de países aliados, em uma tentativa de forçar empresas a se instalarem nos Estados Unidos e pressionar países a reduzirem barreiras a produtos americanos.

No entanto, após a recente instabilidade entre os especuladores, Trump recuou e suspendeu tarifas por 90 dias — embora as tarifas sobre a China tenham sido aumentadas para um total impressionante de 145%.

“A imposição, pelos Estados Unidos, de rodadas sucessivas de tarifas anormalmente altas à China tornou-se um jogo de números sem significado prático em termos econômicos”, afirmou o Ministério do Comércio chinês. “Se os EUA continuarem jogando esse jogo tarifário, a China vai ignorar”, disse um porta-voz.

O governo chinês também anunciou que apresentará uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre essa nova rodada de tarifas.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse à revista britânica Financial Times que a União Europeia está preparada com uma “ampla gama de contramedidas” caso as negociações com Trump fracassem. “Um exemplo seria aplicar uma tarifa sobre a receita publicitária de serviços digitais em todo o bloco”, explicou.

O presidente francês Emmanuel Macron também pediu que à União Europeia continue preparando ações para responder às tarifas, que estão apenas suspensas, não canceladas:

Durante uma reunião com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez na sexta-feira (11), a imprensa estatal chinesa citou o presidente Xi Jinping, dizendo que “China e UE devem se unir nessa questão”:

Enquanto isso, Trump alertou que as tarifas podem voltar após os 90 dias de pausa:

“Se não conseguirmos fazer o acordo que queremos… então voltaremos ao ponto em que estávamos.”

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, chamou a “pausa” de Trump de “alívio bem-vindo” e disse que seu governo iniciará negociações com sobre um novo acordo econômico após as eleições de 28 de abril.

O Vietnã informou que concordou com os Estados Unidos em iniciar conversas comerciais, enquanto o Paquistão enviará uma delegação a Washington. Buscando aliados contra a guerra comercial de Trump, Xi Jinping visitará na próxima semana o Vietnã, a Malásia e o Camboja — onde a crise tarifária deve ser um dos temas centrais.

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