Nos últimos cinco anos, o imperialismo tem sofrido derrotas militares muito duras na África, no Leste Europeu, no Oriente Médio e na Ásia Central.
A primeira delas, que inaugurou uma onda de grande instabilidade política, foi a expulsão das tropas norte-americanas do Afeganistão, após 20 anos de dominação imperialista. Os guerrilheiros do Talibã, munidos de fuzis de assalto, conseguiram derrotar os Estados Unidos e estabelecer um governo próprio no país.
No ano seguinte, a Federação Russa, sentindo-se ameaçada com a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), decidiu lançar a sua operação militar especial em território ucraniano. A operação ainda não terminou, mas tem sido um sucesso. As forças ucranianas entraram em colapso e a guerra dependerá de uma intervenção direta de exércitos estrangeiros para impedir uma vitória russa.
Enquanto o imperialismo se preocupava com a Rússia, vários países africanos que viviam sob o chicote da França se revoltaram contra esta dominação. Após o golpe militar no Níger, orquestrado por uma cúpula nacionalista, os laços entre Mali, Burquina Fasso e o próprio Níger se estreitaram. O Gabão também passou por um processo semelhante, poucos meses depois, embora de menor intensidade. No ano seguinte, o nacionalismo senegalês venceria as eleições, rompendo com a dominação francesa.
De todos esses eventos, certamente nenhum se compara à Operação Dilúvio de Al-Aqsa, quando os combatentes da resistência palestina deflagraram uma luta contra o Estado de “Israel” que está levando o sionismo ao seu colapso. A entrada da República Islâmica do Irã e de forças aliadas nessa guerra transformou o Oriente Médio em uma região praticamente ingovernável para o imperialismo.
Esse conjunto de derrotas não fará o imperialismo ceder passivamente às reivindicações dos povos oprimidos. Pelo contrário: cada vez mais acuado, o imperialismo irá agir com cada vez mais violência. Por isso, disciplinar a América Latina, que sempre foi considerado o quintal do imperialismo norte-americano, será prioridade máxima.
A América Latina é o recurso maior que o imperialismo norte-americano tem, tanto no sentido das riquezas contidas, quanto para a sua própria proteção militar. Venezuela e Cuba, por exemplo, que são países rebeldes à sua dominação, estão apenas a 2 mil km e 200 km de distância, respectivamente, do território norte-americano.
Diante de sua fragilidade, o imperialismo não pode dar espaço para nenhum tipo de aventura política na América Latina. Nem mesmo governos ultra-moderados não devem ser tolerados no futuro próximo. A tendência ao golpismo e, até mesmo, à intervenção militar direta é cada vez maior.
Governos como o governo Lula atual, o governo de Gabriel Boric, o governo de Gustavo Petro e o governo de Claudia Sheinbaum são governos provisórios. Eles são a oportunidade que o imperialismo tem de arrumar a casa antes de uma ofensiva generalizada. As ameaças crescentes contra a Venezuela e a movimentação da marinha norte-americana indicam que o momento de uma conflagração está próximo.





