Cisjordânia

Cerco de Jenin: ‘Israel’ assassina bebê palestino em casa

O Estado de “Israel” e a Autoridade Palestina seguem impondo um cerco brutal a cidade de Jenin, o Hamas considera que a grande guerra agora será na Cisjordânia ocupada

O cerco à cidade de Jenin, realizado pelo exército de “Israel” em colaboração com as forças de repressão da Autoridade Palestina, se tornou o principal foco de guerra no país. Os sionistas, derrotados em Gaza, tentam apresentar alguma vitória na Cisjordânia. Jenin é o epicentro da resistência no território, a cidade luta contra o cerco da AP desde o início de dezembro e contra o ataque de “Israel” desde a última terça-feira (21). A brutalidade é enorme, mas a resistência não dá sinais de fraqueza.

Estimativas locais indicam que mais de 2 mil cidadãos foram deslocados, alguns dos quais detidos e levados para interrogatórios em centros próximos à cidade. Incêndios e demolições de casas de palestinos se tornaram frequentes e estão concentrados nos arredores do campo de refugiados e nas áreas que levam a ele, enquanto soldados continuam a cercá-lo de todos os lados, com drones patrulhando constantemente e franco-atiradores posicionados atacando a população.

As forças de ocupação que estão dentro do campo continuam cercando centros médicos e transformando algumas residências em bases militares, especialmente nas áreas de al-Jabriat e al-Ghubbez. Retroescaverias militares israelenses também estão destruindo a infraestrutura, enquanto os quatro acessos à cidade de Jenin e seu campo foram bloqueados com barreiras de terra, impedindo entrada e saída. O cerco é total e tem o mesmo objetivo que o da Faixa de Gaza, é uma tentativa de esmagar a resistência.

As Brigadas de Jenin declararam: “estamos travando batalhas ferozes contra o inimigo em Cabatia, nos arredores da casa cercada, e atacando-o com tiros e explosivos”. Eles também confirmaram que detonaram uma bomba terrestre KJ37 em um veículo militar israelense. Fontes locais relataram que jovens palestinos cercados na casa conseguiram escapar em segurança após horas de cerco. No entanto, à noite, aviões israelenses bombardearam um veículo em Qabatia, assassinando dois jovens.

Como parte do cerco, a ocupação impôs toque de recolher em Jenin e utilizou drones “quadricópteros” para ameaçar atirar em qualquer pessoa que se movesse dentro do campo, lembrando as ações recorrentes em Gaza. Além de deslocar, revistar e prender moradores, o exército israelense intensificou o cerco ao campo, cortando o fornecimento de energia elétrica, o que afetou os hospitais “Jenin Governmental” e “Ibn Sina”. As equipes da companhia de energia foram impedidas de consertar a rede.

Além disso, as forças de ocupação invadiram as casas de prisioneiros que devem ser libertos pelo histórico acordo de troca com o Hamas, advertindo suas famílias contra qualquer celebração. Somando-se ao cerco sionista estão os ataques das forças de segurança da AP que continuam operando na província de Jenin, focando nas vilas e áreas rurais para perseguir combatentes que se retiram do campo.

Abdel Jauad Iasser Mohammed Al-Ghoul, de 26 anos, foi o último mártir da agressão após sucumbir a ferimentos causados por tiros da “Israel” na última terça-feira (21). Já o corpo de Leila Mohammed Aiman al-Khatib, uma bebê de dois anos e meio, foi sepultado na vila de Muthalath Al-Shuhada. Ela foi martirizada pela ocupação dentro da casa de seu avô.

Seu tio disse: “todos os dias os soldados vêm e nos matam! Não há ONU, organizações ou governos! O soldado me disse ‘desculpe!’ Essa linguagem funciona para os árabes? Essa linguagem funciona para o ocupante. Para eles, esse é o preço do nosso sangue! Dizemos aos sionistas: Permaneceremos firmes nesta terra, mesmo que não nos restem filhos. Ficaremos como oliveiras. Mesmo que tragam todos os seus aviões e armas, não sairemos! Digo a Netaniahu: você falhará nesta terra!”

A Cisjordânia será palco da próxima derrota de “Israel”

Basem Naim, membro da direção do Hamas e ex-ministro palestino, que ocupou vários cargos no governo, se pronunciou sobre a situação de seu país no último sábado (25). “Acreditamos que o principal confronto será na Cisjordânia, não na Faixa de Gaza, porque o regime israelense considera a Cisjordânia, incluindo Al-Quds [Jerusalém], como seu próximo objetivo estratégico de anexação,” disse ele.

Naim afirmou que a resistência palestina não aceitará viver sob ocupação em meio aos ataques mortais do regime. “Não podemos lutar para melhorar as condições de uma prisão. Estamos lutando para nos livrar da própria prisão”, disse ele. E seguiu: “se os palestinos não conseguirem alcançar seu objetivo de um estado independente, incluindo a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Al-Quds, ninguém poderá desfrutar de segurança, estabilidade ou prosperidade na região”.

O dirigente do Hamas ainda comentou sobre o cessar-fogo em Gaza: “podemos dizer que isso é uma declaração de vitória, porque [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu, desde o primeiro dia, declarou três objetivos para sua agressão contra o povo em Gaza”, disse e em seguida explicou: “destruir a resistência, acabar com o governo ou a governança do Hamas na Faixa de Gaza, transferir a maior parte ou todos os palestinos para fora da Faixa de Gaza para a Península do Sinai, no Egito, e recuperar à força os soldados capturados”.

Nenhum dos objetivos citados por Naim foi alcançado por “Israel”, já o Hamas conquistou vários de seus objetivos e está mais forte. O ataque sionista à Cisjordânia, portanto, não é uma demonstração de força, mas sim de fraqueza. Eles precisam impedir a Cisjordânia de avançar a luta após a vitória em Gaza. Nada indica que “Israel” será capaz de destruir a resistência.

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