Quase 300 pessoas foram presas nesta quarta-feira (10) depois que manifestantes nos protestos ocorridos na França contra o governo de Emmanuel Macron. Segundo a imprensa local, as prisões teriam começado após os participantes atearem fogo a latas de lixo e bloquearem rodovias.
As autoridades disseram que 80 mil policiais foram enviados em todo o país. Policiais dispararam gás lacrimogêneo em várias cidades enquanto se moviam para dispersar multidões e fazer prisões.
As manifestações — organizadas sob a palavra de ordem de “Bloquear Tudo” — combinaram paralisações de trabalho, bloqueios de estradas e atos de desobediência civil em oposição ao que os manifestantes denunciaram como anos de austeridade.
O ministro do Interior, Bruno Retailleau, disse que um ônibus foi incendiado em Rennes, enquanto danos a uma linha de energia interromperam os serviços de trem no sudoeste.
O chamado para “bloquear tudo” veio depois que o ex-primeiro-ministro Francois Bayrou perdeu um voto de confiança na segunda-feira (8), o que resultou em sua queda. Macron respondeu nomeando o ministro da Defesa, Sebastien Lecornu, um aliado próximo, como seu substituto.
Em Lyon, um manifestante chamado Florent disse à agência de notícias AFP que a decisão de Macron de nomear um aliado próximo como primeiro-ministro “é um tapa na cara”.
“Estamos cansados de seus governos sucessivos; precisamos de mudança”, disse ele.
“É a mesma coisa, é Macron que é o problema, não os ministros”, disse um representante do ramo de transporte da Central Geral dos Trabalhadores (CGT) em um protesto em Paris à agência Reuters. “Ele tem que sair”.
Em Paris, a polícia disparou gás lacrimogêneo contra jovens que bloqueavam a entrada de um colégio, enquanto bombeiros limpavam os escombros queimados de uma barricada. Policiais também impediram cerca de 1.000 manifestantes de entrar na estação de trem Gare du Nord.
O movimento Bloquear Tudo, que se tornou bastante popular nas redes sociais, foi alimentado pelo crescente descontentamento com as políticas de arrocho orçamentário que Bayrou defendeu.
As manifestações são uma reminiscência do movimento “Coletes Amarelos” que abalou o primeiro mandato de Macron como presidente, quando manifestantes vestidos de amarelo em todo o país contestaram o aumento dos preços dos combustíveis.




