Dirigente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Antônio Carlos Silva destacou no Ato In Memoriam de Natália Pimenta, realizado neste domingo (30), que sua trajetória é parte fundamental da construção do Partido.
Logo no início, Antônio Carlos destacou que a homenagem não deveria ser marcada por lamentação, mas pela celebração da trajetória de uma militante cuja vida se confunde com o próprio desenvolvimento do partido:
“Para honrar a vida da companheira Natália, este deve ser um momento de celebração, um momento de alegria pela trajetória que ela deixou.”
O dirigente estabeleceu uma comparação entre tradições revolucionárias internacionais e o impacto do falecimento de Natália para o Partido:
“Os companheiros palestinos, muçulmanos, nos ensinam a transformar a morte de seus líderes em ferramenta de fortalecimento da luta. O martírio da companheira Natália tem que ser, para nós, um cimento dessa ferramenta fundamental da luta da classe operária.”
Um dos pontos centrais da intervenção foi a defesa da imprensa revolucionária — na qual Natália teve uma atuação decisiva.
Antônio Carlos lembrou que, ainda adolescente, ela organizou o grupo que fundaria, anos depois, em 2003, o primeiro jornal diário na Internet da esquerda brasileira, o Diário Causa Operária:
“Não tem nada a ver com a imprensa capitalista e não tem nada a ver com o abandono que a esquerda fez da luta por informar os trabalhadores. A companheira Natália foi decisiva para construir uma imprensa que não serve de emprego para ninguém, mas que leva a verdade para a população.”
O dirigente também ressaltou o esforço da militante na manutenção e expansão do jornal Causa Operária:
“Convido todos a adquirir e divulgar a nossa imprensa. É um aspecto fundamental da militância que a companheira sempre impulsionou.”
Outro eixo destacado foi o papel organizador desempenhado pela militante em meio ao aprofundamento da política parlamentar da esquerda pequeno-burguesa.
Antônio Carlos afirmou que Natália sempre refutou com qualquer perspectiva de ascensão pessoal na política:
“Quando muita gente foi educada a achar que militância é subir na vida, virar deputado, diretor, puxar saco para ganhar bolsa, a companheira Natália mostrou o oposto. Seu objetivo nunca foi benefício pessoal, mas construir uma ferramenta de luta da classe operária.”
O dirigente apontou ainda o papel destacado de Natália nas polêmicas do partido contra a política de conciliação da esquerda nos últimos anos:
“Ela foi uma excelente polemista. Procurou, de maneira coletiva, apontar claramente a política vacilante que predominou na esquerda, que transformou a luta das mulheres e da juventude em plataforma eleitoral.”
Antônio Carlos ressaltou que Natália teve papel determinante na organização do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, sempre sob a perspectiva da luta conjunta das mulheres e da classe operária pela transformação social:
“Ela mostrou o caráter reacionário da política que tenta colocar mulheres contra homens e desviar a luta de seu objetivo maior.”
A intervenção também resgatou a atuação internacionalista de Natália — que, segundo ele, foi fundamental para consolidar o PCO como partido da defesa das lutas dos povos oprimidos em escala mundial.
Entre os exemplos citados estão:
- A denúncia da posição da esquerda brasileira diante da retirada dos EUA do Afeganistão.
- A defesa da guerra levada adiante pela Rússia contra as provocações da OTAN.
- A atuação direta na solidariedade ao povo palestino.
Antônio Carlos lembrou a participação de Natália na delegação do PCO que se encontrou com o Hamas:
“Desde o primeiro momento, ela defendeu a resistência palestina, a luta de armas na mão, como única forma de derrotar o Estado sionista.”
O dirigente concluiu sublinhando que a vida e a militância de Natália já se tornaram referência para todas as gerações do partido:
“Ninguém no Brasil, nenhum partido, tem algo parecido com a companheira Natália Pimenta. É um motivo de orgulho para todos nós que militamos com ela. Todo o trabalho que vemos aqui — companheiros do Rio de Janeiro, do Nordeste, do Mato Grosso do Sul — é, em boa medida, resultado do impulso decisivo de sua militância.”
E finalizou com um chamado à continuidade da obra política deixada pela dirigente:
“Temos que continuar essa obra. A melhor maneira de reverenciar sua memória é fortalecer o partido da revolução, o partido do socialismo, o partido de Natália Pimenta, o Partido da Causa Operária.”





