Europa

Candidata anti-OTAN e antissionista é eleita na Irlanda

Catherine Connolly definiu a neutralidade como o alicerce de sua visão presidencial, argumentando que a Irlanda "não deve se alinhar com a OTAN ou 'os grandes poderes'"

A eleição presidencial irlandesa de 2025, ocorrida neste sábado (25), culminou na vitória da candidata independente de esquerda Catherine Connolly, em um resultado que demonstra um forte repúdio ao sistema político tradicional do país. Connolly conquistou mais de 63% dos votos, superando a candidata de direita Heather Humphreys, que obteve 29,5%. O resultado foi apresentado pela imprensa como “repreendimento cauteloso ao establishment governante”, sinalizando uma profunda insatisfação pública.

A ascensão de Connolly é atribuída a uma campanha que canalizou o descontentamento popular em torno da crise habitacional, do aumento do custo de vida e da percepção de desigualdade econômica. Setores da direita conservadora chamaram a população a votar nulo nas eleições, o que causou um determinado impacto, mas não o suficiente para pôr em xeque a legitimidade da vitória de Connoly, ao contrário do que ocorreu com a campanha bem-sucedida da esquerda boliviana contra a eleição golpista de Rodrigo Paz.

Embora o cargo de presidente da Irlanda seja primariamente cerimonial, com poderes constitucionais limitados (o poder executivo reside no primeiro-ministro), a eleição de Connolly deve ter um efeito político importante. Em suas primeiras declarações, a presidente eleita indicou que pretende transformar a função em uma plataforma de autoridade moral ativa, prometendo ser uma “voz pela paz”.

Essa dimensão moral foi imediatamente expressa em um compromisso de política externa radical, conectando a crise social interna com questões internacionais:

“Queremos uma república da qual possamos nos orgulhar, uma república que nunca se manterá sobre a normalização do genocídio, ou a normalização do desabrigo, ou obscenas listas de espera.”

A política externa de Connolly baseia-se na defesa intransigente da neutralidade irlandesa como um princípio ativo de “não-alinhamento”. Essa postura a coloca em rota de colisão com as pressões da União Europeia e da OTAN para uma maior integração do país em suas conspirações criminosas.

Connolly definiu a neutralidade como o alicerce de sua visão presidencial, argumentando que a Irlanda “não deve se alinhar com a OTAN ou ‘os grandes poderes'” e que sua credibilidade na paz depende de “falar a verdade ao poder”. Ela qualificou as políticas da OTAN como “belicismo”.

Central para essa agenda é a defesa do mecanismo Triple Lock, que exige a aprovação do parlamento, do Gabinete e do Conselho de Segurança da ONU para a participação das Forças de Defesa em missões de paz no exterior. A Presidente eleita criticou as tentativas do governo de desmantelar este mecanismo, alegando que ele representa a “salvaguarda que nos protege de sermos arrastados para guerras estrangeiras”.

A crise em Gaza atuou como um catalisador importante para a campanha. Connolly condenou publicamente as ações militares de “Israel”, classificando-as como “genocídio”. Sua vitória é apresentada, em parte, como um voto de “fúria” sobre o tema.

Connolly rejeita a campanha mentirosa segundo a qual a crise começou com o ataque de 7 de outubro de 2023. Ela também defendeu o direito do povo palestino de escolher sua própria liderança, afirmando que o Hamas é “parte da estrutura do povo palestino”. Seu alinhamento estende-se ao apoio a instrumentos de pressão econômica, como o projeto de lei no parlamento que se assemelha a ações do movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) contra “Israel”.

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