A imprensa golpista notícia que é consenso entre os banqueiros que a taxa básica de juros (Selic) irá aumentar 1% na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), ocorrida na última terça-feira (28), mas que até o momento de fechamento desta edição de Diário Causa Operária, ainda não batera o martelo sobre elevar o crédito a 13,25% e, que até dezembro, atinja 15%. O Banco Central sinalizou que esse seria o primeiro de mais dois aumentos de 1 ponto percentual.
A justificativa para aumentar a taxa de juros é que é para controlar a inflação que fechou o ano de 2024 em 4,83%. Em 2019 foi de 4,31%, com pequena variação como se vê. Mas o “mercado” prevê descontrole da inflação devido à perspectiva em relação ao panorama mundial.
Será que se confirmam essas previsões? Acrescente-se a isso que não foi detectada nenhuma variação importante da inflação no final do ano passado quando na passagem do então presidente Roberto Campos, o Copom aumentou em 1% a taxa Selic em reunião entre os dias 10 e 11 de dezembro.
Precisamos lembrar que a dívida pública está bastante elevada em grande medida pelos sucessivos aumentos da taxa de juros. Cada 1% de aumento da Selic o governo gasta 55 bilhões de reais a mais (informação do Banco Central). E esses aumentos fazem aumentar também a relação PIB dívida pública em 20%. Os valores atuais indicam que atingiu mais de 77% do PIB.
Matéria da revista Veja de dezembro afirmava com base em dados do Banco Central que o impacto da Selic sobre a dívida pública é maior que o impacto da inflação e do dólar. Também que o dólar foi quem mais produziu efeitos sobre a dívida nos últimos doze meses. Ainda que a cada 1% de aumento do dólar representa um aumento de 10,4 bilhões de reais na dívida.
A inflação nesse período foi a única que perdeu peso na variação da dívida. Os dados do Banco Central indicam ainda que a cada 1% de aumento da inflação medida pelo IPCA, a dívida aumenta em 18,1 bilhões de reais.
Com esses dados vemos que a política do Banco Central “independente” visa aumentar os gordos lucros dos banqueiros e atende aos interesses dos monopólios imperialistas com a redução da produção interna de produtos industriais. Ou seja, enquanto o país, os trabalhadores e as empresas caminham para trás, os banqueiros imperialistas aumentam seus lucros exponencialmente.
Com o Banco Central independente do governo Lula e dependente do mercado imperialista, resta que o governo Lula fique refém das políticas patrocinadas pelo imperialismo e contra os interesses do povo e do País.
Fica preso ao teto de gastos com o social, mas não com o pagamento da dívida aos bancos. Quanto mais aumenta os juros com a dívida, menos dinheiro sobra para investir em despesas fundamentais como a infraestrutura, saúde, educação e transportes e também deixa de remunerar adequadamente os funcionários públicos.
Os juros abusivos praticados no Brasil castigam duramente os trabalhadores e os negócios menores da pequena burguesia, mas por outro lado, enriquecem ainda mais os banqueiros e parasitas especuladores. Temos os juros reais mais altos do planeta e o mercado financeiro pressiona o governo e o Banco Central “independente” para continuar a farra com o dinheiro público que empobrece o povo e leva o próprio Estado à sangria.
Para isso há consenso do mercado financeiro que prevê e pressiona para que o Banco Central aumente ainda mais os juros da Selic. Galípolo, por sua vez, tem se mostrado como um Campos Neto 2.0 em sua disposição para fazer loucuras em defesa dos banqueiros.
Fica claro que a dívida pública é o principal problema do Brasil e para a solução só há uma opção que é o não pagamento dessa dívida. Enquanto os bancos levam quase metade do que o governo arrecada de impostos, os salários ficam sem reajuste, não são feitas obras para saúde, educação, e demais serviços públicos, como a aposentadoria que a cada dia fica mais longe a possibilidade dos brasileiros se tornarem aposentados, tendo que trabalhar até morrer, tudo para continuar a ciranda financeira imperialista. É preciso urgentemente parar com os pagamentos da dívida.