Como os Acordos Coletivos da categoria bancária junto aos banqueiros valem menos que um tostão furado para esses, os banqueiros do C6 Bank decidiram dar mais um golpe em seus funcionários ao não pagar o que é devido, conforme previsto na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) assinada na Campanha Salarial de setembro do ano passado: a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos trabalhadores.
Segundo as entidades representativas dos trabalhadores bancários, o C6 “ignorou a obrigação do pagamento da PLR. Ou seja, o C6 criou uma regra própria que garante um pagamento que nem sequer é o valor correspondente à PLR da CCT dos bancários.” (SPBancários, 04/04/2025)
A manobra foi criar um programa próprio de resultados, desconsiderando o estabelecido na CCT e, com isso, deixou de repassar para os bancários o valor de R$ 45 milhões.
Os ataques desferidos pelos banqueiros do C6 Bank aos seus funcionários não são nenhuma novidade.
O banco, cujo maior acionista — ou seja, o dono — é o J.P. Morgan Chase, representante direto do imperialismo norte-americano, trata os trabalhadores como verdadeiros escravos ao impor a eles uma jornada de trabalho que chega a 12 horas diárias, quando a jornada de trabalho da categoria, garantida por lei, é de 30 horas semanais. Isso sem falar da sistemática política de ameaças e terrorismo contra os funcionários, para que eles cumpram metas de vendas e, para isso, sejam obrigados a fazer horas extras sem o devido pagamento. Confirmando as denúncias dos próprios funcionários, há uma clara manipulação dos resultados das notas dos trabalhadores, reduzindo-as para diminuir o pagamento da PLR.
Além disso, como parte da política de obtenção do lucro a qualquer custo, com a já manjada justificativa de “buscar o melhor nível de eficiência no mercado”, jogam no olho da rua milhares de pais de família trabalhadores bancários e, em substituição, contratam terceirizados com salários muito abaixo dos da categoria bancária, sem diversos direitos garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários — ou seja, um método para aumentar seus lucros por meio de maior exploração dos trabalhadores.
A situação dos trabalhadores do C6 Bank não é um fato isolado. Tal política é o modus operandi dos banqueiros abutres. A cada dia, o que se verifica é o agravamento das já insuportáveis condições de vida dos bancários: arrocho salarial, demissões em massa, piso salarial rebaixado, assédio moral, reestruturação por meio do fechamento de agências e departamentos, etc. É essa a situação que a categoria tem enfrentado nos últimos tempos.
A única forma de barrar a ofensiva dos banqueiros e arrancar suas reivindicações é por meio das mobilizações unitárias de toda a categoria. É preciso organizar um forte movimento nacional para combater essa política reacionária da direita golpista.