Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e Membro do Partido da Causa Operária (PCO)

Coluna

Bradesco fecha mais agências no interior do nordeste

Somente em 2024, Bradesco fechou 390 agências, 903 postos de atendimento e 92 unidades de negócios e demitiu 2.200 funcionários

As reestruturações no setor bancário brasileiro vêm, sistematicamente, atingindo milhares de pessoas, tanto os trabalhadores da categoria bancária, que perdem os seus empregos, como toda a população, que passa a não ter mais acesso ao atendimento bancário. Desta vez, as atuais vítimas são os trabalhadores do Bradesco, localizados na região do interior nordestino do Brasil.

As informações foram divulgadas pelas entidades de luta dos trabalhadores bancários dos estados do Piauí e do Maranhão.

No interior do estado do Piauí, o Banco Bradesco anunciou o fechamento de uma agência no município de União; na região de Picos, serão fechados seis Postos de Atendimento (PA): Bocaina, Palmeirais, Beneditinos, Dom Expedito Lopes, Ipiranga e Alegrete. Na região da Chapada do Corisco, o Posto de Atendimento do município de Alto Longá também será fechado.

No estado do Maranhão, o Bradesco irá fechar agências e postos de atendimento nos municípios de Arame, Sítio Novo, Campestre, Fortaleza dos Nogueiras, Santo Antônio dos Lopes, Matinha, Duque Bacelar, Icatu, Mata Roma, São Benedito do Rio Preto, Axixá, Presidente Juscelino, Luís Domingues, Sucupira do Norte, Buriti e São Félix de Balsas.

As reestruturações que estão em andamento, não só no Bradesco, mas em todos os bancos, são medidas que visam, única e exclusivamente, o lucro de meia dúzia de banqueiros parasitas a qualquer custo. Impõem uma política nefasta de demissões em massa de trabalhadores bancários e prejudicam toda a população com o fechamento de milhares de agências e postos de atendimento bancário.

A justificativa dos banqueiros para o fechamento das agências e as demissões é de que, com o aumento da tecnologia e a utilização cada vez maior dos aplicativos, está diminuindo a presença física dos clientes. Mas, ao contrário disso, para os bancários e para a população, principalmente a mais humilde, a realidade é totalmente diversa. Os bancários, devido à falta de pessoal, estão exercendo a função de três ou mais trabalhadores e, como prova desse acúmulo de serviço, basta olhar os indicadores relativos ao adoecimento laboral, nos quais os bancários estão no topo do ranking, justamente por excesso de serviço.

As agências, principalmente nas periferias das grandes cidades e nos municípios do interior do País, vivem lotadas.

Um exemplo disso está no próprio Bradesco, no quesito relação cliente x bancário. Em 2023, o banco tinha 1.227,6 clientes por trabalhador — o que se pode considerar um absurdo. Em 2024, essa relação teve um aumento de 5,7%, passando para 1.298,6 clientes por trabalhador.

Além de prejudicar os trabalhadores bancários com a política de demissão em massa, o banco desampara a população ao encerrar suas atividades em todo o País. Somente em 2024, o Bradesco fechou 390 agências, 903 postos de atendimento e 92 unidades de negócios, com o fechamento definitivo de 2.200 postos de trabalho. Com esses novos fechamentos, em 2025 vem muito mais por aí.

É preciso dar um basta a toda essa política reacionária dos banqueiros. É preciso organizar imediatamente uma campanha vigorosa contra as demissões — uma mobilização que tenha como perspectiva a luta unitária de toda a categoria bancária para barrar as demissões. Para isso, é mais do que necessário criar, em cada local de trabalho, comitês de luta para armar os trabalhadores em defesa de seus direitos e conquistas.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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