Brasil

Bolsonaro foi o grande vencedor dos atos de 7 de setembro

Manifestações da extrema direita foram várias vezes maiores que as da esquerda

Os atos do Dia da Independência de 2025 escancararam o fracasso da política da esquerda pequeno-burguesa brasileira em sua “luta” contra o bolsonarismo. Conforme estimativas do Monitor do Debate Político, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) More in Common, os atos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro reuniram multidões maciças, com cerca de 42,2 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, e até 42 mil na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Em contrapartida, a manifestação da esquerda na Praça da República, também em São Paulo, teve a adesão de aproximadamente 8,8 mil apoiadores, um público cinco vezes menor.

A mobilização da direita, convocada sob o lema “Reaja, Brasil”, teve a anistia para os presos e investigados dos atos de 8 de janeiro de 2023 como sua principal bandeira. Na Avenida Paulista, manifestantes vestidos de verde e amarelo e portando bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de “Israel”, expressaram sua insatisfação com o Supremo Tribunal Federal (STF), com um coro incessante de “fora, Moraes” ecoando pela via. A revista Oeste reportou que a “cobertura internacional citou que, mesmo fora do cargo e inelegível até 2030, Bolsonaro ainda movimenta multidões”. O ato em Brasília, no estacionamento da Funarte, também reuniu milhares de pessoas, incluindo figuras políticas como os senadores Damares Alves e Izalci Lucas, além de deputados federais como Bia Kicis e Zé Trovão. Um manifestante, Vanderlei Komatsu, levou um “boneco do ministro do STF Alexandre de Moraes vestido de presidiário e atrás das grades”, afirmando ser uma “homenagem” que representa o que o movimento almeja.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi um dos principais oradores, usando seu discurso para pressionar publicamente o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Ele disse: “presidente da Câmara nenhum pode conter a vontade da maioria do plenário. Pode conter a vontade de mais de 350 parlamentares. Então, Hugo, paute a anistia. Deixa a Câmara decidir”.

Tarcísio também não poupou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, declarando que “ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como o Moraes”. No Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro defendeu uma “anistia geral, ampla e irrestrita” e, em uma fala que gerou grande repercussão, afirmou que “o próprio Supremo vai dar a cabeça de Alexandre de Moraes na bandeja para o povo brasileiro, porque ele foi longe demais”. Além disso, uma mensagem gravada em áudio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi reproduzida em diversos locais. Na gravação, ela comparou o julgamento do marido aos “julgamentos de Moscou”, afirmando que “o devido processo legal foi destruído, as defesas sabotadas, inclusive a do meu marido”. Ela concluiu com um apelo emocional, dizendo que seu “galego dos olhos azuis” está “humilhado e preso porque enfrentou o sistema por amor ao povo”. Outras capitais, como Curitiba, Salvador e Goiânia, também registraram a presença de milhares de manifestantes, reforçando o alcance do movimento em todo o País.

Do outro lado, reunidos na Praça da República, em São Paulo, o ato principal da esquerda teve como principal bandeira a chamada defesa da soberania nacional e o “sem anistia” para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O ato contou com a presença de burocratas como o ministro Luiz Marinho e o presidente nacional do PT, Edinho Silva, e não empolgou nem mesmo o público presente.

A imprensa internacional acompanhou atentamente o dia, interpretando os eventos como um sinal de que “os dois Brasis se enfrentam nas ruas na véspera do veredito de Bolsonaro”, conforme escreveu o jornal espanhol El País. O New York Times destacou que os apoiadores de Bolsonaro “inundaram as ruas na véspera de sua esperada condenação” e que as imagens aéreas mostravam que “os apoiadores de Bolsonaro superavam significativamente em número os manifestantes da esquerda, mostrando que — mesmo em meio a seus problemas legais — ele continua sendo uma força política significativa no Brasil”.

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