Na edição desta quinta-feira (12) da Análise Internacional, o Comandante Robinson Farinazzo e o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, debateram o recente ataque de “Israel” a um escritório do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em Doha, no Catar. O Comandante Robson classificou o ato como um “selo, um atestado de que a resistência militar do Hamas está funcionando”. Segundo ele, a ação de Israel demonstra que “eles não estão conseguindo sucesso militares em Gaza, por incrível que pareça”.
Rui Costa Pimenta corroborou a análise, indo além na crítica ao que chamou de “selvageria” do imperialismo. “O imperialismo é o uso da força de maneira nu e crua”, declarou. Pimenta enfatizou que o ataque a um país neutro como o Catar, matando civis e violando a soberania, é um ato que “ninguém no mundo pode aceitar como legítimo”. Essa ação, para ele, é um sinal de que as potências imperialistas estão dispostas a “fazer qualquer coisa” para reprimir movimentos revolucionários. “Nós estamos entrando numa época de total selvageria”, alertou, citando o fato de que o imperialismo só respeita a Rússia e a China “pela força”.
O assassinato de Charlie Kirk, influenciador de extrema direita, durante um discurso, foi outro ponto de análise. O Comandante Robson comparou a política americana a um antigo conflito entre famílias no sertão de Pernambuco: “Ali é na bala. É John Kennedy, Martin Luther King… Ali é na bala, cara. Pessoal fala: ‘Ah, é maior democracia, maior democracia nenhuma, cara. Ali é na bala mesmo'”. Ele expressou sua descrença de que o assassinato tenha sido motivado apenas por um suposto abandono do sionismo. Para ele, o caso é mais um sintoma de um “ódio latente na sociedade americana”, que, em sua visão, está caminhando para uma ditadura ou uma guerra civil.
Rui Costa Pimenta concordou com a avaliação, destacando que a tendência à guerra civil nos Estados Unidos está vindo do “bloco dito democrático”, que estaria “perdendo o controle do país”. Pimenta afirmou que a crise do imperialismo é “muito forte”, e que a guerra, seja externa ou civil, pode ser uma “solução” para conter a classe trabalhadora.
O programa também abordou a derrota do presidente argentino Javier Milei nas eleições para a província de Buenos Aires, mas com um resultado melhor do que o obtido nas eleições presidenciais. Para o Comandante Robson, o que está acontecendo na Argentina é a “agudização do neoliberalismo” e seu apodrecimento “é uma questão de tempo”. Ele defendeu que a única saída para o imperialismo são as ditaduras, e que a Argentina “vai pro buraco”. Rui Costa Pimenta destacou a tendência de “intensa polarização” na Argentina, com o crescimento tanto da “ala esquerda do peronismo” quanto do próprio Milei.
Na Europa, a crise política na França foi analisada com o mesmo pessimismo. A queda do primeiro-ministro, François Bayrou, e a subsequente indicação de outro macronista, o Ministro da Defesa, como seu sucessor, foi vista como uma manobra bonapartista. Para o Comandante Robson, a Europa, ao financiar uma guerra “caríssima” na Ucrânia, “vai pro buraco”. Ele traçou um paralelo com a Guerra do Vietnã, que “faliu a classe média americana” e disse que o mesmo acontecerá com a Europa.





