A unidade de combate mais proeminente da Ucrânia está buscando ativamente recrutas que falam inglês, enquanto Kiev enfrenta desafios crescentes no campo de batalha, informou o jornal britânico The Guardian na sexta-feira (10). O Batalhão Azov, uma brigada está planejando estabelecer o que chama de batalhão internacional para fortalecer suas fileiras enquanto a Ucrânia se aproxima de seu quarto ano de guerra com a Rússia.
O comandante da unidade, conhecido pelo codinome “Karl”, enfatizou seu foco no recrutamento de indivíduos com experiência militar “porque a Ucrânia é menor que a Rússia” e precisa de toda a assistência possível “em uma luta de importância internacional”.
Ele afirmou ainda que “estamos lutando para não deixar a Rússia se aproximar da Europa”, acrescentando que uma derrota ucraniana poderia encorajar Moscou a ameaçar a Polônia, os estados bálticos e outras nações.
The Guardian observou que, desde o início da guerra da Ucrânia com a Rússia, 15 britânicos foram mortos enquanto serviam como soldados ou voluntários, incluindo dois cujas mortes foram anunciadas recentemente. Entre eles, estão Jordan Maclachlan, um médico da linha de frente de 26 anos da Escócia, e Jake Waddington, um ex-soldado do Exército Britânico de 34 anos e membro da Legião Internacional.
Os não ucranianos que desejam ingressar no Azov devem passar por um rigoroso processo de recrutamento, incluindo entrevistas em Kiev, avaliações psicológicas e testes de polígrafo para descartar uma possível infiltração de forças especiais russas, de acordo com Karl.
O treinamento inicial dura de dois a três meses, mesmo para recrutas experientes, com grupos de cerca de 80 pessoas. O treinamento é projetado para refletir as realidades do campo de batalha da Ucrânia, que depende fortemente de drones e artilharia.
Karl indicou que “o treinamento de alguns soldados na Europa não mudou muito desde a Segunda Guerra Mundial”.
Após o treinamento, aqueles que optam por ficar são integrados às unidades de assalto de infantaria, com Karl reconhecendo os perigos inerentes a tais papéis.
De acordo com The Guardian, Azov atualmente opera perto de Toretsk, no leste da Ucrânia, uma cidade devastada pela guerra dividida entre as forças ucranianas e russas.
O jornal afirma que a situação geral nas linhas de frente deve se deteriorar, já que a presidência de Donald Trump pode levar a uma redução ou cessação da ajuda militar dos EUA em busca de acabar com o conflito.