Em 2025, o Brasil enfrentará uma das maiores ofensivas financeiras dos últimos tempos. O Banco Central (BC) está preparando mais uma série de aumentos da taxa básica de juros (Selic), o que terá consequências devastadoras para a população mais pobre e endividada do país.
Segundo indicações mais recentes dadas pela própria direção do BC, a Selic deverá superar 15%, um patamar não visto desde 2006, e alguns analistas preveem que o aumento pode ser ainda maior, podendo atingir 15,50% até meados do próximo ano.
O BC “independente”, em mais um movimento de total subordinação ao capital financeiro, já sinalizou que em 2025 serão feitos pelo menos dois aumentos seguidos da taxa de juros, o que agrava ainda mais a situação econômica para aqueles que dependem de crédito, como famílias e pequenos empresários.
Os números são alarmantes: com a Selic em 15%, o Brasil viverá um cenário de juros reais extremamente elevados, mantendo-se acima dos 10% até, pelo menos, 2026. Isso significa que os empréstimos, já escassos para a população em situação de vulnerabilidade, se tornarão ainda mais caros. Enquanto os grandes bancos e corporações financeiras continuam acumulando lucros astronômicos, a população brasileira pagará o preço mais alto dessa política.
Essa taxa de juros elevada é, na verdade, uma tática para manter a lucratividade do sistema financeiro em funcionamento às custas da população. Com o aumento da Selic, o governo acaba por se endividar mais, enquanto os bancos ganham com os altos juros cobrados sobre a dívida pública e as taxas de crédito. Um ciclo vicioso em que quem sofre são as famílias operárias, que vêm suas contas aumentarem enquanto as condições de vida só pioram, especialmente, os salários e os empregos.
Esse plano dos banqueiros não é novo, mas está prestes a atingir uma escala histórica. O Brasil está em uma situação de endividamento extremo, e a elevação das taxas de juros só agrava ainda mais esse quadro.
O aumento projetado da Selic é a continuação de um projeto de desmonte econômico iniciado com o golpe de 2016 e aprofundado pelas políticas neoliberais implementadas nos anos seguintes. A situação se torna ainda mais dramática com a nomeação de Gabriel Galípolo para comandar o BC, sob indicação do próprio presidente Lula.
Galípolo, que já tem um histórico de alinhamento com os interesses do capital financeiro, reforça o fato de que o governo está acuado e sem capacidade de desafiar os grandes banqueiros. Sua nomeação, em vez de fortalecer uma política econômica voltada para o desenvolvimento social, representa uma capitulação de um governo que, embora de esquerda, se vê pressionado por todos os lados.