Segundo uma reportagem feita pelo sítio Alma Preta, sob a autoria de Pedro Borges e intitulada Polícia da Bahia mata 12 homens negros com fuzis de Israel, entre 2023 e 2024, ao menos 12 homens negros foram assassinados pela Polícia Militar da Bahia, estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT), com fuzis Arad, um armamento de fabricação da indústria Israel Weapon Industries (IWI), que fornece armas para o exército sionista e diversas forças policiais ao redor do mundo. Essas armas foram utilizadas em chacinas nas cidades de Cruz das Almas e Itamaraju, em um período de apenas seis meses.
Projetados para uso de unidades especiais, esses fuzis têm uma capacidade letal de atingir alvos a longas distâncias com precisão. O fuzil Arad é descrito no sítio da IWI como uma ferramenta para “infantaria” e “unidades especiais”, um equipamento pensado para situações de combate intenso, o que levanta sérias questões sobre o uso indiscriminado de armas de guerra contra populações civis nas periferias da Bahia.
Enquanto o conflito que envolve a Palestina e “Israel” se desenrola, com mais de 45 mil palestinos mortos (a maioria, mulheres e crianças), as armas israelenses seguem sendo adquiridas pelo Brasil, com destaque para a Polícia Militar de um estado governado pelo PT, que não hesitou em seguir financiando a ditadura sionista em 2024, mesmo após os horrores da Faixa de Gaza. A tragédia de Gaza parece não ter sensibilizado Rodrigues, que continuam a armar suas forças de segurança com equipamento de origem israelense, em uma aparente indiferença aos crimes de guerra que essas armas alimentam.
Em todos os casos, um padrão foi observado pela matéria de Alma Preta: os policiais relatam que chegaram a locais de confronto e que, supostamente, foram alvejados por criminosos. Depois, a polícia alega que as vítimas eram, na realidade, criminosos armados e envolvidos com tráfico de drogas. A verdade, porém, tem se revelado de maneira distinta.
Em uma das chacinas em Cruz das Almas, a perícia mostrou que nenhuma das vítimas possuía partículas de chumbo nas mãos, o que indicaria que elas não dispararam as armas que estavam supostamente ao seu lado. Ainda assim, nenhuma investigação foi aberta, e os policiais envolvidos não sofreram qualquer tipo de penalização. A ausência de indiciamento por parte da Polícia Civil ou denúncia pelo Ministério Público cria um cenário de impunidade que fortalece o ciclo de violência policial no estado.
As mortes em Cruz das Almas, cidade com cerca de 62 mil habitantes, exemplificam bem a realidade: em 30 de novembro de 2023, em uma operação onde estavam envolvidos dois pelotões da Polícia Militar, uma troca de tiros teria ocorrido com um grupo de dez homens armados. O resultado foi a morte de cinco jovens: Luan Reis da Silva (27 anos), Willian dos Santos (23 anos), Anderson Silva (17 anos), Antonio Nogueira (25 anos) e Claudinei dos Santos (20 anos). Embora os corpos estivessem com armas ao seu lado, o laudo pericial indicou a ausência de vestígios de pólvora nas mãos das vítimas, contrariando a versão oficial de legítima defesa e reafirmando o uso de fuzis de combate para execução sumária.
A luta contra a violência policial no Brasil, especialmente contra a população negra, exige respostas urgentes e contundentes, que necessariamente, passam pela extinção da polícia e o direito à autodefesa armada de toda a população. Além disso, é crucial que o governo federal rompa com todos os acordos entre o Brasil e “Israel”.