São Paulo

Avião cai na Barra Funda e deixa 2 mortos

Vítimas estavam dentro do avião, outras 6 pessoas no solo ficaram feridas

Na manhã desta sexta-feira (7), um avião de pequeno porte caiu na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, resultando na morte de duas pessoas e deixando outras seis feridas. A aeronave, um Beechcraft King Air F90, modelo de 1981, decolou do Aeroporto Campo de Marte por volta das 7h15 com destino a Porto Alegre, mas caiu poucos minutos depois, em uma aparente tentativa de pouso forçado. O impacto causou um incêndio que atingiu um ônibus e interditou uma das vias mais movimentadas da região.

As vítimas

Os dois mortos no acidente foram o advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, e o piloto Gustavo Medeiros. Ambos estavam a bordo da aeronave e morreram carbonizados antes da chegada dos bombeiros. Carpena era um advogado renomado, especializado em direito processual civil, com ampla experiência no setor empresarial e acadêmico. Ele havia adquirido a aeronave em dezembro e frequentemente registrava imagens de suas viagens nas redes sociais. A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio Grande do Sul (OAB-RS) lamentou sua morte em nota oficial, destacando sua contribuição para o meio jurídico.

No solo, seis pessoas ficaram feridas, entre elas cinco pedestres que aguardavam no ponto de ônibus e um motociclista que passava pelo local no momento da queda. Entre os feridos, uma idosa foi socorrida com escoriações leves. Nenhum dos atingidos sofreu queimaduras, pois o incêndio se propagou de forma lenta antes de ser controlado pelos bombeiros, que chegaram ao local minutos depois do impacto.

O ônibus atingido, de prefixo 11732, operava na linha 8500/10 (Pirituba – Barra Funda), gerida pela concessionária Santa Brígida. A São Paulo Transporte (SPTrans) informou que a operação de dez linhas municipais foi afetada, com desvios implementados desde a manhã. A via ficou interditada até as 14h45, quando o trânsito foi normalizado.

As investigações sobre o acidente

As investigações sobre a causa da queda começaram imediatamente após o acidente. A Força Aérea Brasileira (FAB) mobilizou uma equipe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) para analisar os destroços e tentar determinar o que levou o avião a cair tão pouco tempo após a decolagem.

Informações preliminares indicam que o piloto pode ter tentado retornar ao Aeroporto Campo de Marte ao perceber uma falha na aeronave. Segundo o banco de dados da Flight Safety Foundation, o King Air F90 já esteve envolvido em 40 incidentes desde sua criação, sendo sete deles fatais. Apesar disso, o modelo é considerado seguro e de fácil operação.

O avião não possuía permissão para realizar táxi aéreo, operando apenas para serviços privados. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) confirmou que sua situação de aeronavegabilidade estava regular, com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até 2025.

Um dos fatores que podem dificultar as investigações é que esse modelo de aeronave foi projetado antes da obrigatoriedade de caixas-pretas em aviões de pequeno porte. Assim, as autoridades terão que depender de depoimentos e evidências materiais para determinar as causas do acidente.

Série de quedas de aviões no Brasil e no mundo

O acidente desta sexta-feira soma-se a uma série de quedas de aeronaves no Brasil nos últimos meses. Desde outubro de 2024, pelo menos oito quedas de aviões de pequeno porte foram registradas no país, além de dois acidentes com helicópteros.

Entre os casos mais graves, destaca-se o desastre ocorrido em Gramado (RS) no dia 22 de dezembro de 2024, quando um avião turboélice caiu, deixando dez mortos e 17 feridos. Outro acidente ocorreu em 9 de janeiro deste ano, quando um Cessna Citation ultrapassou a pista do Aeroporto de Ubatuba (SP) e explodiu ao atingir a orla da Praia do Cruzeiro. O piloto morreu, e quatro passageiros sobreviveram.

No exterior, um dos episódios recentes mais impactantes foi a queda de um Boeing 737 da Iran Aseman Airlines no Irã, em setembro de 2024, resultando na morte de 66 pessoas. Nos Estados Unidos, um jato executivo caiu na Virgínia, em novembro, matando quatro ocupantes.

O aumento no número de acidentes aéreos levanta questionamentos sobre a segurança das operações de pequeno porte e a fiscalização da manutenção de aeronaves mais antigas. Enquanto as investigações sobre a queda na Barra Funda continuam, especialistas apontam que falhas mecânicas, erros humanos e condições meteorológicas adversas são fatores comuns nesses tipos de acidente.

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