Oriente Médio

Autoridade Palestina e ‘Israel’ apoiam contrarrevolução em Gaza

Líderes de milícias contrarrevolucionárias em Gaza, atuantes nos territórios controlados pelas forças de ocupação, admitem serem financiados por “Israel”, com coordenação da AP

A emissora Sky News, do imperialismo britânico, entrevistou Hossam al Astal, líder de uma das quatro milícias contarrevolucionárias que estão sendo impulsionadas por “Israel”, pelo imperialismo e por países árabes lacaios contra o Hamas (e demais organizações da Resistência Palestina).

Não é de hoje que Al Astal é um inimigo do povo Palestino. Sua ações contrarrevolucionárias contra a Resistência retroage pelo menos até o ano de 2010. 

Conforme admissão do próprio, naquela época ele atuava em “grupos militantes” em Gaza vinculados à Autoridade Palestina, a qual já estava sob total controle do sionismo e do imperialismo, reprimindo o povo povo palestino na Cisjordânia, através de seu já então presidente, Mahmoud Abbas, um cachorro de “Israel”.

Em razão desta atividade criminosa contra os palestinos, ele foi expulso de Gaza pelo Hamas no mesmo ano. Após a expulsão, ele continuou sendo um mercenário do sionismo fora da Palestina, trabalhando para o aparato de espionagem da Autoridade Palestina no Egito e na Malásia. Neste país, ele esteve envolvido no assassinato de um membro do Hamas. Após voltar para Gaza, em 2018, ele foi condenado por este crime, e ficou preso até recentemente: durante a guerra, ele e outros escaparam graças aos ataques de “Israel” contra Gaza.

Segundo Al Astal, falando à Sky News, “Israel” fornece à sua milícia contrarrevolucionária munições e veículos através da passagem de fronteira de Kerem Shalom. O apoio ao grupo de Yasser Abu Shabab, outro criminoso colaborador da entidade sionista, também ocorre através de Kerem Shalom, conforme a emissora britânica. No início deste mês, Sky News noticiou que a milícia de Shabab estava contrabandeando veículos para Gaza com a ajuda do exército israelense e de uma concessionária de carros árabe-israelense. 

Voltando a Al Astal, ele também informou à emissora que a entidade sionista entrega à sua milícia, toda semana, “itens diários necessários para sustentar os civis que vivem no acampamento”, acrescentando que “atualmente, fornecemos suporte médico e educacional básico para cerca de 30 famílias“.

Em outra declaração do traidor, fica claro como “israel” está utilizando a fome que criou em Gaza como arma contrarrevolucionária contra o Hamas, tentando criar um apoio artificial entre os palestinos do enclave, e fazê-los se voltar contra a Resistência:

“As crianças podem obter maçãs e bananas, comida e bebida, batatas fritas e assim por diante. Em contraste, na outra área, nas tendas, você encontra crianças de cinco, dez ou até quinze anos sobrevivendo com pouco mais do que lentilhas e macarrão”, declarou Al Astal

Isto coincide com declarações recentes de Jared Kushner, genro e conselheiro sênior de Donald Trump. Durante sua passagem por “israel”, ele declarou que “Nenhum fundo de reconstrução será destinado a áreas que o Hamas ainda controla“, acrescentando que “há considerações acontecendo agora na área controlada pelas IDF, desde que isso possa ser garantido, para iniciar a construção de uma ‘Nova Gaza’, a fim de dar aos palestinos que vivem em Gaza um lugar para ir, um lugar para conseguir empregos.

No mesmo sentido, o colaborador Al Astal sonha com uma Faixa de Gaza sem o Hamas, isto é, o partido que lidera a Resistência Palestina: “Muito em breve, se Deus quiser, vocês verão isso por si mesmos: nos tornaremos a nova administração de Gaza. Nosso projeto é ‘A Nova Gaza’. Sem guerra, em paz com todos — sem Hamas, sem terrorismo

Autoridade Palestina desempenha papel fundamental na contrarrevolução

A Sky News também ouviu Rami Halas, líder de outra milícia contrarrevolucionária, esta atuante no norte de Gaza (as de Al Astal e Abu Shabab atuam respectivamente em Khan Younis e Rafá, nos territórios sob o controle das forças israelenses de ocupação).

Ele revelou à emissora britânica que a coordenação das milícias com as forças israelenses de ocupação é feita de forma indireta, através de um órgão chamado Escritório de Coordenação Distrital. Este órgão, que faz parte do Ministério da Defesa de “israel”, também é composto de membros do governo da Autoridade Palestina, e que tais burocratas desempenham um papel fundamental. 

Segundo a Sky News, esta informação foi corroborada também por Al Astal, que informou que “tenho pessoas no meu grupo que, até hoje, são funcionários da Autoridade Palestina“, acrescentando que “a Autoridade Palestina não pode admitir ter um relacionamento direto conosco“, pois “eles já têm problemas suficientes e não querem aumentar ainda mais o fardo […] se descobrissem que eles tinham ligações com milícias ou com as forças de ocupação, você pode imaginar como seria“.

Mostrando ser um capacho total de “israel”, Al Astal culpa o Hamas pelo genocídio perpetrado pela entidade sionista, reproduzindo as calúnias contra a Resistência: “Se eu listasse todos os crimes contra crianças e mulheres, a culpa não recairia sobre Israel, mas sobre o Hamas, que se escondeu entre o povo.

A informação foi igualmente corroborada por um comandante da milícia de Abu Shabab, bem como por um soldado israelense estacionado na passagem de Kerem Shalom, informa Sky News.

Emirados Árabes Unidos parceiro de “israel” e financiador das milícias

Al Astal, o já citado traidor, também informou à Sky News que “há países árabes que apoiam o nosso projeto“, após ser questionado sobre veículos utilizados pelas milícias terem placas dos Emirados Árabes Unidos (EAU).

Além disto, a emissora informou que a milícia de Al Astal, chamada Força de Ataque Antiterrorismo, usa logotipo semelhante a uma milícia contrarrevolucionária, também apoiada pelos EAU, que atua no Iêmen contra a Revolução Iemenita, liderada pelo partido Ansar Alá que, através das Forças Armadas do Iêmen, lutou nestes últimos dois anos contra “israel” e o imperialismo em defesa da Palestina.

Não coincidentemente, no último dia 26 a empresa israelense de tecnologia de defesa Control Precision Technologies Ltd. anunciou o estabelecimento de sua primeira subsidiária nos Emirados Árabes Unidos, conforme noticiado pelo portal de notícias The Cradle, que igualmente informou que este é primeiro empreendimento de armas israelense no Golfo desde os Acordos de Abraão, de 2020.

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