Oceania

Austrália: ataque é usado como pretexto para leis ditatoriais

Governo usa episódio para fechar ainda mais o regime, deixando claro que a ofensiva imperialista contra os países oprimidos só deve ser levada adiante mediante uma ditadura

Nesta quinta-feira (18), o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, prometeu erradicar o que chama de “extremismo”. A fala foi feita durante o velório de uma menina de 10 anos, atingida em ataque no domingo passado (14) durante a festividade judaica de Hanucá, na popular praia de Bondi, em Sydney, que deixou 15 mortos e dezenas de feridos.

Albanese, em entrevista coletiva, se comprometeu com uma ofensiva generalizada para erradicar “o mal do antissemitismo em nossa sociedade”. As medidas incluem novas competências para perseguir “pregadores extremistas” e negar ou cancelar os vistos de quem propaga “o ódio e a divisão”, acrescentou Albanese. Tipos penais – se é que podem ser considerados como tais – tão vagos que podem servir para justificar qualquer perseguição contra os inimigos do regime.

O plano anunciado pelo premiê inclui, entre outros pontos, o bloqueio de financiamento de projetos artísticos e de pesquisa que apoiem “atividades antissemitas” e retoma a ideia de retirar a cidadania de pessoas com dupla nacionalidade que se envolvam em “atividades terroristas”.

A Austrália também desenvolverá um sistema para incluir em uma lista as organizações cujos líderes façam “discurso de ódio”, afirmou o primeiro-ministro Albanese. A “difamação grave” baseada na origem étnica ou a defesa da supremacia racial também serão consideradas um crime federal.

Naveed Akram, de 24 anos, é suspeito de, junto com seu pai, Sajid Akram, de 50 anos, ter matado 15 pessoas e ferido outras 40. Sajid morreu em combate com a polícia após o ataque. Já Naveed ficou gravemente ferido e chegou a ficar em coma no hospital. O mais jovem, pedreiro desempregado, foi acusado de cometer um “ato terrorista”, 15 homicídios e dezenas de outros crimes.

Não se sabe ao certo as motivações do crime. Mas toda a imprensa burguesa têm classificado o atentado como antissemitismo. Uma investigação sobre o histórico dos atiradores mostra que, recentemente, fizeram viagem às Filipinas, o que, segundo autoridades, indicaria inspiração ideológica no Estado Islâmico. O veículo utilizado pelos dois supostamente continha bandeiras feitas a mão do grupo islâmico, notoriamente financiado e apoiado por “Israel”.

Ainda há muito o que se apurar em relação a esse crime. No entanto, o governo australiano não perdeu a oportunidade para fechar ainda mais o regime contra os direitos democráticos da população. O ocorrido está sendo usado como pretexto para uma perseguição clara e ainda maior contra os árabes e muçulmanos. 

Outra medida que mostra que o governo australiano tem se tornado uma ditadura cada vez mais completa é a proibição do uso de redes sociais para todos os australianos com menos de 16 anos, que passou a valer a partir do dia 10 de dezembro.

O gabinete do Comissário de Segurança Eletrônica da Austrália afirma que a proibição protegerá os jovens “das pressões e riscos aos quais os usuários podem estar expostos enquanto conectados às suas contas de redes sociais”. O primeiro-ministro chamou as redes sociais de “flagelo”.

A proibição em questão serve para privar esse setor da sociedade de participar ativamente da vida política do país e do mundo. Privação que nada mais é que uma tentativa de censurar e ocultar os crimes do imperialismo contra os países oprimidos.

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