Política internacional

Aumenta a pressão imperialista por guerra contra o Líbano

Monopólios tentam impor desarmamento da Resistência Libanesa como condição para ajuda financeira e fim dos ataques sionistas

O governo libanês recebeu, nesta segunda-feira (14), a resposta oficial dos Estados Unidos à sua posição sobre a proposta apresentada pela Casa Branca (sede do governo norte-americano), que vincula o envio de ajuda internacional e uma possível trégua nos ataques de “Israel” ao desarmamento da resistência libanesa, especialmente o Hesbolá. A exigência norte-americana, que inclui um cronograma para o desmantelamento do armamento da resistência até o final de 2025, foi encarada por Beirute como uma violação inaceitável da soberania nacional e uma tentativa de intervenção direta na política de defesa do país.

A proposta, apoiada por potências imperialistas como França, Arábia Saudita e Catar, pretende transferir os arsenais do Hesbolá — incluindo foguetes, mísseis e drones — para depósitos “internacionalmente supervisionados” por forças estrangeiras e até mesmo pelo próprio regime sionista. A sugestão provocou forte reação negativa entre setores libaneses e foi prontamente rechaçada como “provocativa” e “irrealista”.

Segundo informações do canal libanês Al Mayadeen, o Comitê libanês responsável pela análise da proposta indicou que não aceitará qualquer tipo de cronograma imposto por potências estrangeiras e reafirmou que as decisões sobre a defesa nacional e a resistência não estão sujeitas a chantagens financeiras. A ofensiva diplomática dos EUA ocorre em meio à grave crise econômica do país, que é usada pelo imperialismo como ferramenta de pressão para tentar eliminar o principal obstáculo ao domínio total da região: a ala militar da resistência.

O plano foi detalhado por Tom Barrack, enviado especial dos EUA para a Síria, que em entrevista ao sítio The National ameaçou o Líbano com o colapso total ou a “dominação estrangeira” caso a proposta não fosse aceita. “Você tem ‘Israel’ de um lado, o Irã do outro, e agora a Síria se manifestando de maneira tão rápida que, se o Líbano não agir, vai virar novamente o Bilad al-Sham”, disse, em referência ao território histórico da Síria antes da partilha imperialista do Oriente Médio. Barrack também comparou a proposta à “recuperação” síria, hoje dirigida por um governo fantoche apoiado por forças ligadas à antiga Al-Qaeda.

A própria Síria, governada agora por Ahmad al-Sharaa e dominada pela milícia fundamentalista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), passou a integrar ativamente a ofensiva contra o Hesbolá. O regime sírio acusou o grupo de estar por trás de um suposto plano de atentado em Homs, envolvendo um cidadão libanês capturado com explosivos. A acusação foi desmentida pelo Hesbolá, que denunciou uma campanha de desinformação orquestrada para justificar a repressão contra a Resistência.

Além disso, o novo governo sírio intensificou suas ameaças contra o Líbano com base na situação de mais de dois mil prisioneiros sírios detidos em cadeias libanesas. Sharaa chegou a afirmar que a próxima visita de seu chanceler ao Líbano será “a última chance diplomática”, ameaçando o rompimento total das relações e o fechamento da fronteira. A retórica agressiva reflete o alinhamento do regime sírio com a política de dominação promovida pelos EUA e pela OTAN na região.

Na prática, o que se desenha é uma campanha articulada de guerra contra a resistência libanesa, utilizando mecanismos diplomáticos, sanções econômicas, operações psicológicas e, agora, acusações criminais como pretexto para uma futura agressão militar. O uso da força da ONU no sul do país, por meio da UNIFIL, também está sendo cogitado como instrumento para coagir o Hesbolá, num movimento que lembra as ocupações imperialistas mais clássicas.

Enquanto isso, os ataques sionistas contra o território libanês seguem em curso. No sábado (12), um drone israelense matou um civil na cidade de Al-Khiam. Tropas sionistas permanecem em posições ocupadas ilegalmente no sul do país, como nas Fazendas de Shebaa, em clara violação das resoluções da ONU. A permanência da resistência armada é, portanto, uma necessidade imposta pela realidade da ocupação e da ameaça constante à soberania libanesa.

A pressão internacional pelo desarmamento do Hesbolá, apresentada como uma “solução de paz”, é, na verdade, uma preparação para a eliminação de qualquer obstáculo à dominação imperialista da região. O imperialismo norte-americano e seus aliados pretendem repetir no Líbano o modelo que impuseram à Síria e ao Iraque, eliminando a resistência armada e instalando regimes vassalos. Diante disso, cresce a urgência de uma mobilização internacional em defesa da soberania do Líbano e da luta legítima da resistência contra o sionismo e o imperialismo.

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