A direita golpista aumenta a ofensiva reacionária contra o Plano de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, no sentido de, mais uma vez, tentar derrubar seu atual presidente, ou seja, um legítimo representante dos trabalhadores à frente da instituição, para ter maior controle sobre esse que é o maior fundo previdenciário dos trabalhadores das empresas estatais da América Latina.
Não é a primeira, nem a segunda e nem a terceira vez que a direita tenta dar o golpe para passar a controlar o Fundo de Pensão dos Funcionários do Banco do Brasil. Para isso, logicamente, utilizam-se dos seus bonecos de ventríloquo da imprensa capitalista para tentar enganar a população, como forma de pressionar pela queda do atual presidente, João Fukunaga, indicado pelo presidente Lula para exercer o cargo.
Desta vez, a jogada é utilizar um tradicional representante da direita neoliberal à frente do Tribunal de Contas da União (TCU), Walton Alencar Rodrigues, que aprovou, no dia 5 de fevereiro, a abertura de uma auditoria, em caráter de urgência, sobre a gestão da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil.
Segundo a imprensa imperialista norte-americana, CNN, “Alencar Rodrigues citou que, especificamente entre os meses de janeiro e novembro de 2024, o ‘Plano 1’ da Previ ‘acumulou prejuízo’ de aproximadamente R$ 14 bilhões”. (CNN, 05/02/2025)
Primeiramente, vale ressaltar que os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) são indicações feitas pelos governos de plantão e, no caso do Sr. Walton Alencar, sua nomeação foi feita pelo então presidente FHC (PSDB), na década de 1990, período em que o país foi levado a um verdadeiro caos econômico através da política neoliberal do Plano Real. Política essa que ocasionou a entrega de praticamente todo o patrimônio nacional (com a complacência, é claro, do Tribunal de Contas), como a Vale do Rio Doce, as telecomunicações, ferrovias, os bancos estaduais e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Além disso, elevou exponencialmente o número de pessoas ao nível de miserabilidade completa. Foi nesse mesmo governo que, não fosse a força das mobilizações dos trabalhadores do Banco do Brasil, o BB teria sido entregue aos grandes banqueiros nacionais e internacionais através do seu plano de privatizações.
Além disso, pesa na ficha corrida do ministro do TCU – esse mesmo que defende a moralização das contas da Previ – o gasto, com dinheiro público, de R$ 450 mil em passagens e diárias internacionais no ano de 2024 para a Europa, os Estados Unidos e até as paradisíacas Ilhas Cook, na Oceania, conforme dados do portal da transparência. Ou seja, a tal auditoria nas contas da Previ é mais uma jogada para tentar enganar os mais incautos, com a justificativa de entregar o controle da Previ aos abutres capitalistas, principalmente aos especuladores financeiros.
Esse ataque à Previ não tem nada a ver com a questão do tal “déficit” no Plano 1. Trata-se de um problema econômico e político, e o que está por trás dos ataques da burguesia é o interesse no controle desse gigantesco patrimônio dos trabalhadores do Banco do Brasil.
Desde a posse do atual presidente da Previ, indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os direitistas lançaram uma verdadeira cruzada para destituí-lo do cargo.
A Previ é um patrimônio construído pelos trabalhadores bancários do Banco do Brasil. É o maior fundo de pensão da América Latina, com um patrimônio de R$ 250 bilhões e tentáculos acionários nas maiores empresas brasileiras em setores vitais da economia, como energia, telecomunicações, siderurgia, mineração e aviação. É exatamente isso que a burguesia não quer.
Não querem que um representante legítimo dos trabalhadores esteja à frente desse poderoso patrimônio. Fukunaga é funcionário do Banco do Brasil e ocupou importantes posições em instituições de luta dos trabalhadores bancários. Foi ex-diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e, além disso, também ocupou uma cadeira na coordenação nacional da Comissão de Negociação dos Funcionários do Banco do Brasil na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).
Logicamente, a perseguição da direita golpista aos representantes da classe trabalhadora à frente das instituições, como os fundos de pensão das empresas estatais, diz respeito aos interesses dos capitalistas nacionais e internacionais. Ou seja, trata-se de uma campanha para substituir um legítimo representante dos trabalhadores por um “técnico de mercado”, com o intuito de transferir os recursos dos trabalhadores para os banqueiros. Tanto é assim que a imprensa venal vem dando, sistematicamente, um extraordinário destaque à tentativa de afastamento de Fukunaga.
É de extrema importância que a Previ tenha representantes verdadeiramente ligados à luta dos trabalhadores. Nesse sentido, os trabalhadores bancários não podem assistir passivamente à destruição do seu patrimônio. É preciso reagir e exigir das direções sindicais uma resposta efetiva nas ruas, com mobilizações e unidade com os demais trabalhadores das estatais, contra a política da direita reacionária que, em nome de uma suposta “moralização dos fundos”, quer aprofundar a roubalheira dos recursos dos trabalhadores.