O auditório da sede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) receberá, no próximo dia 7, militantes e ativistas de diversos locais do País para comemorar o aniversário de dois anos da Operação Dilúvio de Al-Aqsa. A informação foi confirmada nesta terça-feira (30) pelo Partido da Causa Operária (PCO) e pelo Instituto Brasil-Palestina.
A manifestação, embora já estivesse sendo convocada publicamente desde o dia 13 de setembro, foi obrigada a mudar de local após uma campanha organizada pelos apologistas do assassinato de crianças palestinas no Brasil. Inicialmente, o ato estava previsto para acontecer no auditório principal da Academia Paulista de Letras, localizada, assim como a sede da APEOESP, no bairro da República. No entanto, após o assédio dos sionistas, a direção da Academia decidiu cancelar o evento, chegando a emitir uma nota pública contraditória em que afirmava seu compromisso “com a cultura, a literatura, o pensamento plural e os valores democráticos”, mas que não por compactuava “com os propósitos nem com a natureza da iniciativa”.
O cerco sionista à manifestação ficou evidente em uma série de declarações públicas. Ao menos três parlamentares se pronunciaram contra o evento, prometendo levar o caso à Justiça. Uma organização não governamental (ONG) parceira do bilionário sionista George Soros também divulgou uma nota pública.
A “jornalista” Juliana Moreira Leite, da revista Oeste, também veio a público “denunciar” a atividade promovida pelo Partido da Causa Operária. Curiosamente, a revista Oeste é um dos veículos da imprensa burguesa que mais procura se apresentar como defensor da liberdade de expressão.
A própria Juliana Leite já publicou diversos conteúdos defendendo este princípio constitucional. Em um deles, a “jornalista” critica o ministro Alexandre de Moraes e afirma que “há brasileiros exilados por crime de opinião”.
Dois dos parlamentares que se posicionaram sobre a manifestação atuam no estado de São Paulo: a vereadora Cris Monteiro (Novo) e o deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil, nome atual do antigo partido da ditadura militar, a ARENA).
De acordo com informações da grande imprensa, Cris Monteiro acionou o Ministério Público de São Paulo para que adote providências em relação ao ato. Cinicamente, o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, afirma, em defesa da vereadora, que “a data marca dois anos da ofensiva, considerada o pior atentado terrorista da história do país”.
Já Guto Zacarias, que também integra o Movimento Brasil Livre (MBL), entrou com uma representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) exigindo que o ato seja proibido, bem como o congelamento de recursos financeiros utilizados para a realização do evento. Anteriormente, Zacarias já havia protocolado uma notícia-crime junto ao Ministério Público contra o Partido da Causa Operária (PCO) por conta da em que membros do Partido estariam vendendo camisetas em homenagem ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas).
O caso que chamou mais atenção, por sua vez, foi o do vereador Matheus Faustino (PL-RN), eleito pela cidade de Natal, a mais de 2.500 km de distância de onde ocorrerá o evento. O vereador, fazendo coro aos seus colegas direitistas e à imprensa imperialista, afirmou que “não podemos aceitar que um partido político legalmente constituído utilize sua estrutura para celebrar atentados terroristas. É uma afronta à democracia e à segurança pública”.
Apesar da insinuação de malversação do dinheiro público, o PCO sequer recebe Fundo Partidário, conforme já foi acusado de maneira caluniosa em várias outras ocasiões. Ademais, nem a Organização das Nações Unidas (ONU) considera que o 7 de outubro tenha sido um “atentado terrorista”.
Essa calúnia contra a resistência palestina, por sua vez, também foi veiculada pela Stop Hate Brasil, uma organização não governamental (ONG) parceira da Open Society Foundations, do bilionário George Soros, publicou uma nota de repúdio, na qual expressava “total indignação” pela “celebração” do “ataque terrorista cometido pelo Hamas contra Israel”.
Ao definir um novo local para o evento, o PCO e o Ibraspal estão demonstrando que o cerco sionista não será efetivo. Pelo contrário, apenas aumentará a disposição daqueles que lutam contra a abominação que é o Estado de “Israel”.





