Driss Mrani

Fundador e presidente do Movimento Progressista Marroquino, que visa promover princípios progressistas no Marrocos derrubando a monarquia totalitária que serve ao imperialismo e, então, estabelecer uma república democrática na qual todos os segmentos do povo marroquino participem sem descriminação

Coluna

Ativista marroquino no Brasil recebe ameaça sexualizada

O Movimento Progressista Marroquino afirmou que acompanhará o caso de perto até que os responsáveis sejam identificados

Apresentou o presidente do Movimento Progressista Marroquino, Driss Mrani, ontem, uma denúncia oficial à polícia da capital brasileira após receber graves ameaças digitais. Segundo o que Mrani afirmou no registro policial, as mensagens continham a frase “a garrafa de vidro atrás de você”, que ele considera uma ameaça direta de violência sexual. Mrani — assumindo total responsabilidade por suas declarações — afirma que essa expressão carrega um significado específico para todos os marroquinos, não apenas para ele, pois a história política do Marrocos é marcada por depoimentos e evidências indicando que muitos opositores políticos e antigos detentos no país teriam sido submetidos, durante interrogatórios, a agressões sexuais com garrafas de vidro por elementos dos serviços de inteligência marroquinos, conforme relataram.

Mrani acrescenta que esse tipo de ameaça o persegue há anos e que — apesar de ter fugido do Marrocos e pedido asilo político em países da América do Sul — continua recebendo o mesmo padrão de intimidações brutais. Ele afirma também que já havia apresentado queixas semelhantes perante a Justiça argentina durante o período em que residiu naquele país, relacionadas ao mesmo tipo de ameaças que hoje enfrenta no Brasil. Mrani recorda ainda que chegou a abrir anteriormente uma petição de apoio contra o sistema marroquino, apresentada às autoridades judiciais argentinas para resolver esse conflito, e que recebeu mais de 5.000 assinaturas, o que reflete o reconhecimento dos marroquinos sobre a seriedade de suas declarações. Abaixo, serão apresentados elementos que comprovam isso.

De acordo com Mrani, a recorrência desse tipo de mensagem o levou a recorrer novamente às autoridades brasileiras — as mesmas às quais buscou proteção no ano passado devido a ameaças semelhantes. A diferença, segundo ele, é que aquelas teriam sido cometidas por marroquinos residentes no Brasil. No entanto, o caso nunca foi solucionado pelas autoridades brasileiras, e tanto Mrani quanto o Movimento Progressista Marroquino esperam que a Justiça do Brasil finalmente julgue o processo, especialmente porque o objetivo das ameaças, é silenciar vozes marroquinas opositoras à monarquia marroquina a partir do território brasileiro, algo que está documentado e já foi entregue à polícia. Mrani considera que o conteúdo das novas ameaças compromete sua integridade física e psicológica e visa calar sua atuação política e de direitos humanos, além de representar uma falta de respeito à soberania brasileira.

Após o registro do boletim, o Movimento Progressista Marroquino divulgou uma nota oficial condenando firmemente as ameaças dirigidas ao seu presidente. O comunicado destacou que as mensagens continham insinuações consideradas extremamente graves pela organização, reafirmando seu total apoio ao presidente e sua plena cooperação com as autoridades brasileiras.

Até o momento, a polícia civil não emitiu qualquer esclarecimento sobre a identidade dos autores das mensagens ou os possíveis motivos por trás das ameaças. Espera-se que os órgãos competentes analisem o material digital fornecido por Driss Mrani, que inclui cópias das mensagens recebidas.

O Movimento Progressista Marroquino afirmou que acompanhará o caso de perto até que os responsáveis sejam identificados, enquanto seu presidente, Driss Mrani, reforçou que continuará sua atuação, afirmando que essas ameaças “não o impedirão de prosseguir com seu trabalho político e de direitos humanos”. Ele acrescentou ainda que essas práticas se somam ao fato de estar privado, há mais de um ano e meio, de obter sua Carteira Nacional de Identidade marroquina, apesar de ter realizado todos os procedimentos legais como qualquer cidadão na embaixada do Marrocos em Brasília e de ter pago as taxas correspondentes. Segundo ele, até o momento a embaixada se recusa a entregar seus documentos, o que também o impede de obter um passaporte para exercer suas funções como presidente do movimento. Pior ainda — afirma — trata-se de negar a um cidadão o direito de viajar, além de representar o não cumprimento, por parte da embaixada marroquina, de suas obrigações consulares com seus nacionais marroquinos, em violação aos artigos 5(a) e 5(b) da Convenção de Viena de 1963.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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