De acordo com uma reportagem recente do Wall Street Journal (WSJ), o apoio ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) “subiu ligeiramente entre os palestinos em Gaza desde o cessar-fogo”, representando um “desafio” direto ao plano de Trump de desmantelar a capacidade militar da resistência. O jornal, conhecido representante do sionismo e do imperialismo, revela que a população aplaude a redução drástica no crime, e no saque generalizado que se seguiu após a retirada das forças israelenses.
Essa admissão do WSJ desmonta por completo a campanha propagada pelos sionistas e seus aliados, que insistem em retratar o Hamas como um punhado de “fanáticos” isolados, sem apoio no povo palestino. O Hamas demonstra, na prática, ser uma força indispensável para a sobrevivência cotidiana dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, sufocados por anos de bloqueio e agressões sistemáticas. O Hamas é Gaza, e Gaza é o Hamas. O partido expressa a determinação de todo o povo de combater a ocupação.
O WSJ afirma que o segredo por trás desse apoio crescente reside nos serviços concretos que o Hamas presta à população, restaurando a ordem em meio ao caos pós-guerra. Como destacado em notícias recentes, combatentes do Hamas apareceram nas ruas como forças de polícia e segurança interna logo após o cessar-fogo, patrulhando bairros devastados e combatendo ladrões, bandidos e colaboradores rivais. “Testemunhamos um colapso total: ladrões, bandidos e anarquia. Ninguém pôde detê-lo exceto o Hamas”, relatou Hazem Sarour.
Esse vínculo do Hamas com o povo de Gaza, no entanto, não é nenhuma novidade. O grupo palestino já governa a Faixa de Gaza há duas décadas.
Uma pesquisa citada pelo WSJ, reforça essa tendência: 51% dos moradores de Gaza avaliaram o desempenho do Hamas durante a guerra de forma positiva – um salto de 43% em maio e 39% há pouco mais de um ano. Além disso, 41% declararam que votariam no partido em eleições futuras, o maior índice desde dezembro de 2023. Os números são impressionados, visto que o Hamas foi combatido intensamente durante dois anos por um exército genocida, fortemente armado e apoiado pelos países imperialistas.
O que o WSJ tenta apresentar como uma novidade é apenas a demonstração de que o apoio ao Hamas permanece inabalável. Isto é, que a luta contra a ocupação israelense é o programa das massas palestinas. Esta constatação, por seu turno, coloca em xeque o “plano de paz” de Trump, que visa desarmar a resistência e impor uma força internacional de segurança.



