Entre 12 de junho e 12 de julho de 2025, a cidade de São Paulo registrou 374 ataques a ônibus, segundo a SPTrans, com uma média de 37 casos por dia. No domingo, 13 de julho, mais 47 coletivos foram alvos, elevando o total a 421. Os ataques, que incluem depredações e arremesso de pedras, também atingem cidades da Grande São Paulo e da Baixada Santista. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou cinco prisões, incluindo um homem detido por ferir uma passageira com uma pedra e um adolescente apreendido e liberado.
O órgão já usa os ataques para denunciar uma suposta articulação dos ataques feitos pela internet, ensejando mais uma onda repressiva contra as liberdades democráticas, com investigações da Divisão de Crimes Cibernéticos, mas não divulgou números estaduais. A maior concentração de casos na capital ocorreu na zona sul, com 66 registros, seguida pela zona oeste, com 65. A Polícia Militar lançou a “Operação Impacto”, mobilizando 7.800 agentes para proteger o transporte público, mas os ataques persistem.
As autoridades evitam discutir as causas profundas do problema, preferindo respostas repressivas. O prefeito Ricardo Nunes criticou a demora da Polícia Civil nas investigações, mas não ofereceu soluções além de promessas de punição.
O aumento dos ataques expõe a crise social em São Paulo, onde a miséria e a falta de perspectivas alimentam a revolta. Criminalizar os responsáveis sem abordar as desigualdades não resolve o problema. A solução exige enfrentar as condições que geram o descontentamento, como o desemprego e as pressões sociais, em vez de apenas reforçar a repressão policial.




