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Oriente Médio

Assassinato de Soleimani completa 5 anos, resistência só cresceu

Soleimani foi o grande arquiteto do Eixo da Resistência, um homem que será eternamente lembrado como revolucionário que organizou a libertação do Oriente Médio

Hoje, 3 de janeiro de 2025, marca o quinto aniversário do assassinato de Qasem Soleimani, o general iraniano que foi um dos principais organizadores do Eixo da Resistência no Oriente Médio. Sua morte, orquestrada pelos Estados Unidos, foi um ataque direto ao movimento que se opõe ao imperialismo e ao sionismo na região.

Em uma operação criminosa, um drone dos EUA matou Soleimani perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, enquanto ele viajava para uma reunião com o primeiro-ministro iraquiano, Mustafa Al-Kadhimi. Ao lado de Soleimani, morreu Abu Mahdi al-Muhandis, comandante das forças de mobilização popular do Iraque e grande aliado do Irã.

A resposta iraniana foi imediata, com ataques de mísseis a bases dos EUA no Iraque, mas o impacto desse assassinato foi além da retaliação militar. Soleimani era muito mais do que um comandante militar. Ele era o arquiteto da expansão e articulação do Eixo da Resistência, um bloco de forças que une diversos grupos contra o imperialismo no Oriente Médio, principalmente contra o Estado de “Israel”, a maior base dos EUA na região.

A exemplo de outros crimes do gênero cometidos pelo imperialismo e pelo serviço secreto sionista, o ataque visava enfraquecer um movimento que vinha se consolidando como uma das principais forças políticas da região, com o Irã liderando uma frente que incluía o partido revolucionário libanês Hesbolá, grupos iraquianos e sírios, além dos movimentos palestinos. A morte de Soleimani, porém, longe de diminuir a força da Resistência, fortaleceu ainda mais os laços entre esses grupos, que seguem seu legado na luta contra o imperialismo e a ocupação sionista, e que desde o 7 de Outubro, colecionam vitórias inéditas na luta pela libertação da Palestina.

Soleimani teve um papel fundamental na resistência do povo libanês contra a invasão sionista de 2006. Durante a Guerra de Julho, quando o Hesbolá enfrentou de forma decisiva as forças militares israelenses, o general iraniano esteve “na linha de frente” com os combatentes libaneses, como destacou o general do Hesbolá Said Haidar. “Soleimani transmitiu uma mensagem urgente do líder iraniano Ali Khamenei para Hassan Nasseralá, dizendo: ‘confie em Deus, você deve permanecer firme, temos plena confiança na vitória da Resistência'”, relatou Haidar. A presença de Soleimani nas batalhas, seu apoio estratégico e logístico, foi fundamental para que os revolucionários libaneses conseguissem infligir pesadas derrotas ao exército israelense, forçando-os a abandonar o Líbano.

Além de sua atuação militar direta, Soleimani foi crucial para a organização e estruturação do Hesbolá, proporcionando treinamento, recursos e estratégias. Na batalha de Bint Jbeil, uma das mais intensas da Guerra de Julho, Soleimani foi um dos principais responsáveis pela coordenação das forças de resistência, que resistiram ao avanço das tropas israelenses. A vitória do Hesbolá em 2006 não apenas consolidou a força do movimento no Líbano, mas também estabeleceu um modelo de resistência que seria emulado por outras organizações da Resistência, incluindo o Hamas e as milícias iraquianas.

Soleimani também teve um papel crucial na tentativa de unificar as diferentes organizações do mundo árabe, tanto sunitas quanto xiitas, em um exército de Resistência comum, capaz de enfrentar a ocupação e as intervenções imperialistas. Em declarações do Mufti do Iraque, Xeque Mahdi al-Sumaidaie, ele revelou que em suas 16 reuniões com Soleimani, o general iraniano já discutia a formação de um exército unificado de muçulmanos para combater a tirania do imperialismo e do sionismo. Essa visão incluía a colaboração de diferentes grupos, independentemente de suas vertentes sectárias, e visava a criação de uma frente única contra os interesses imperialistas, especialmente dos EUA e de “Israel”.

Esses esforços de unificação foram um dos maiores temores dos EUA e de seus aliados. O próprio assassinato de Soleimani é uma tentativa clara de desestabilizar e fragmentar essa aliança.

Como o Mufti do Iraque afirmou, o Irã, sob a liderança de Soleimani, foi um dos poucos países dispostos a apoiar a Resistência sem reservas, enquanto muitos outros países árabes preferiram se aliar aos interesses imperialistas. A morte de Soleimani, portanto, foi uma tentativa de impedir que essa unidade se concretizasse e se expandisse, enfraquecendo o Eixo da Resistência.

Por todas essas razões, Soleimani é lembrado como um herói dos povos oprimidos do Oriente Médio. Seu papel decisivo nas vitórias contra o imperialismo e o sionismo, sua capacidade de unir diferentes facções árabes e muçulmanas, e seu trabalho incansável para fortalecer o Eixo da Resistência, fazem dele uma figura central na história recente da região.

Mesmo após sua morte, o legado de Soleimani continua a inspirar as forças da Resistência, que seguem lutando pelo fim da ocupação sionista e pela soberania dos povos árabes e muçulmanos.

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