Na última segunda-feira (14), um carro foi engolido por um buraco de dois metros de profundidade na Avenida Doutor Assis Ribeiro, em Cangaíba, zona leste de São Paulo, após o asfalto ceder devido a uma erosão em uma rede de esgoto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP). O motorista escapou ileso, mas o incidente expôs a negligência da empresa em manter suas instalações.
A SABESP informou que está em contato com a vítima para prestar assistência e que técnicos trabalham no local para reparar o dano. Comunicado da empresa disse que as causas do solapamento estão sendo investigadas, mas a empresa não apresentou prazos claros para a conclusão das obras. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) interditou a área, desviando o tráfego para outra faixa da avenida. Moradores da região relatam medo de novos incidentes, já que buracos semelhantes têm aparecido com frequência na cidade.
Na última quinta-feira (10), outro caso semelhante ocorreu na Marginal Tietê, onde uma cratera interditou a pista central, próximo à Ponte Atílio Fontana. A SABESP prometeu reparar o trecho em três dias, mas chuvas no domingo (13) atrasaram as obras, que seguem em andamento. Segundo a golpista Rede Globo, pelo menos cinco incidentes envolvendo redes de esgoto da empresa foram registrados em São Paulo em 2024, causando transtornos e riscos à população.
A SABESP, privatizada em 2023, é controlada por acionistas como o Banco do Brasil e fundos internacionais, que lucraram R$2,7 bilhões em 2024, conforme balanço da empresa. Enquanto isso, a manutenção da infraestrutura de saneamento permanece precária. Relatórios da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (ARSESP) apontam que, em 2023, a companhia investiu apenas 45% do orçamento previsto para melhorias na rede de esgoto, priorizando dividendos aos acionistas.
