Na terça-feira, 2 de setembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em sua rede social Truth Social que forças americanas atacaram e destruíram uma embarcação no Caribe, resultando na morte de 11 “narcotraficantes”. Trump divulgou um vídeo que, segundo ele, mostrava o momento da explosão da lancha rápida, afirmando que o ataque foi um aviso a quem tenta trazer drogas para os EUA.
O secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou a narrativa, declarando no X (antigo Twitter) que o Exército dos EUA havia executado um “ataque letal” contra uma embarcação que transportava drogas da Venezuela. O barco, de acordo com Rubio, era operado pelo grupo criminoso ‘Tren de Aragua’, que Washington classifica como “narcoterrorista”.
A ação é um novo capítulo na escalada de tensões entre os dois países, cujas relações diplomáticas estão rompidas desde 2019. Naquele ano, os Estados Unidos deixou de reconhecer o governo de Nicolás Maduro.
A resposta do governo venezuelano não demorou a chegar. Embora sem um comunicado oficial imediato, um membro do governo Maduro ironizou a divulgação do vídeo por Trump, sugerindo que as imagens foram geradas por inteligência artificial. O ministro da Comunicação usou o Telegram para acusar Marco Rubio de manipular o presidente e de “tentar manchar as mãos de sangue de Donald Trump”.
Paralelamente, o presidente Nicolás Maduro já havia declarado estado de “máxima alerta” em resposta ao que ele considera uma ameaça militar dos EUA, convocando a população a se alistar na reserva militar. “Se a Venezuela fosse agredida, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional”, declarou Maduro.
As acusações dos Estados Unidos coincidiram com a mobilização de navios de guerra americanos para o sul do Caribe, em uma ameaça flagrante à soberania venezuelana.
Desde 2020, os EUA acusam formalmente Maduro de “narcoterrorismo” e, este ano, reforçaram as alegações, afirmando que ele lidera o “Cartel de los Soles”, supostamente ligado ao poderoso Cartel de Sinaloa, do México. O governo norte-americano chegou a aumentar a recompensa pela captura de Maduro para 50 milhões de dólares.
A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, também se manifestou, declarando que “falta pouco” para a queda do governo de Maduro. Em um vídeo, Machado afirmou que a pressão internacional está “fechando o cerco” em torno do que ela chama de “cartel narcoterrorista” que governa o país.
No dia 13 de setembro, o Partido da Causa Operária (PCO) irá realizar um ato em defesa da Venezuela e de todos os povos em luta contra o imperialismo. A manifestação é uma resposta às crescentes ameaças do governo norte-americano à nação caribenha.
Durante sua participação em um programa de rádio, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, explicou que “o ato que nós estamos convocando é um ato político, é uma peça de propaganda política. Quer dizer, nós queremos chamar atenção para o caso da Venezuela, nós queremos chamar atenção para a necessidade de combater o imperialismo”.
A ameaça militar à Venezuela é uma ameaça a toda a América Latina. Não é possível defender a soberania do Brasil sem defender a da Venezuela. Por isso, é preciso defender todos os povos que lutam contra o imperialismo no próximo dia 13, em São Paulo. O local ainda será divulgado pelos organizadores.
O ato já está com local confirmado: será na Academia Paulista de Letras, localizada no bairro da República.




