PEC das Prerrogativas

‘Artistas’ ou funcionários da Globo?

As ruas, desta vez, não falaram pelo povo. Falaram pela Globo

No artigo Como a mobilização artística reafirma e não nega o caráter progressista das ruas, publicado pelo Vermelho, órgão do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Thiago Modenesi apresenta um argumento inusitado para defender as mobilizações reacionárias contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) das Prerrogativas, arquivada recentemente pelo Senado Federal. Diz o autor:

“As manifestações que eclodiram no último domingo (21) em diversas capitais brasileiras, carregam um simbolismo profundo que vai muito além da rejeição específica à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da chamada blindagem (ou bandidagem, como as redes sociais apelidaram) e anistia aos envolvidos nos eventos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e ao ex-presidente Bolsonaro.

O fato de esses atos terem sido galvanizados por um coro de vozes do mundo artístico, e não apenas por partidos políticos ou entidades estudantis e centrais sindicais tradicionais, não dilui seu caráter progressista, pelo contrário, reforça-o, demonstrando a vitalidade de uma frente ampla em defesa da democracia e da Justiça, e resgatando uma tradição histórica na qual a arte e a esquerda brasileira são indissociáveis.”

As manifestações eram reacionárias, em primeiro lugar, por causa de sua reivindicação central: a derrubada de uma proposta que restabelecia a imunidade parlamentar. Em outras palavras, as manifestações defendiam a ditadura do Judiciário sobre os demais poderes.

Além disso, o argumento de que nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Ivete Sangalo convocaram manifestações contra a PEC das Prerrogativas não atesta a favor do movimento, mas sim contra ele. Quando convocaram os atos, não estavam mais atuando com artistas populares, no sentido de expressar os sentimentos do povo, mas sim como funcionários da Globo e, portanto, do grande capital. Não é coincidência que as figuras mais destacadas da convocação sejam nomes com contratos milionários e visibilidade garantida pela maior emissora do País. A “autoridade moral” que lhes atribuem nada mais é do que o prestígio construído pelo monopólio da comunicação, em benefício direto do imperialismo.

Mesmo os chamados artistas secundários que aderiram aos ato não passam de satélites desse mesmo universo. São músicos e atores que vivem na órbita de Caetano Veloso e companhia. Ou seja, estão, ainda que indiretamente, a reboque da Globo, porque convivem em um meio fortemente dominada pela emissora e suas sócias

O discurso de que a participação desses artistas reforça uma tradição histórica da arte progressista no Brasil é uma distorção. Quando Caetano Veloso ou Gilberto Gil escreveram canções contra a ditadura, estavam, de fato, alinhados a um processo de resistência popular. Eles estavam, naquela época, representando um grande e radical movimento de massas. Hoje, porém, sua atuação se dá em outro terreno: o da defesa das instituições do golpe de 2016, da exaltação do Judiciário e da subordinação ao imperialismo.

Chamar isso de “progressista” é mascarar o caráter real da operação. Os atos de 21 de setembro foram, em essência, um movimento da Globo contra o parlamento, para barrar uma medida aprovada por 353 deputados federais. Não houve nenhuma “unidade popular”, mas sim a manipulação típica das chamadas revoluções coloridas, onde ONGs e celebridades fabricam um verniz de mobilização para legitimar um golpe.

As ruas, desta vez, não falaram pelo povo. Falaram pela Globo.

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