Nesta terça-feira (21), um ato em defesa da cultura foi realizado no Museu da República, em Brasília. Organizado pela Frente Unificada da Cultura, o protesto luta por políticas públicas transparentes e pela valorização da arte no Distrito Federal.
A mobilização surge em resposta aos ataques do governador bolsonarista Ibaneis à Secretaria de Cultura do DF. Ele surgiu de uma reunião de mais de 100 artistas e produtores culturais em reunião no início de janeiro.
O movimento denuncia diversos problemas, como a destruição do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), com um corte de 21,7% no seu orçamento, a precarização da estrutura da Secretaria de Cultura e o uso de verbas em parcerias com Organizações da Sociedade Civil, um nome neoliberal para roubo de orçamento por empresas privadas. Também são citadas a falta de acessibilidade ao Teatro Nacional, a ausência de mecanismos de escuta pública e o abandono de espaços culturais no DF.
Outro ponto de crítica é a subversão de leis de incentivo à cultura, como a Lei Paulo Gustavo, com a devolução de R$ 4 milhões ao Ministério da Cultura devido a falhas na execução. O movimento também alertou para o risco de perder o acesso a recursos da Política Nacional Aldir Blanc, devido à falta de documentação. A situação agrava-se com a vacância de 789 cargos na carreira de atividades culturais da Secretaria de Cultura do DF, que não realiza concursos públicos desde 2014. Basicamente o governo do estado está em guerra contra a cultura.
De acordo com dados do Portal da Transparência do DF, há uma grande lacuna nos cargos de analistas e auxiliares de atividades culturais, com mais de 90% dessas vagas desocupadas. A Frente Unificada da Cultura exige uma ação imediata do Governo do Distrito Federal.