Para favorecer banqueiros e especuladores, a arrecadação de impostos sobre os trabalhadores e os pobres atinge recorde pelo segundo ano seguido
Estudos publicados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que a carga tributária – volume total de impostos cobrados da população pelo governo – chegou ao nível mais alto de toda a história do país.
Em 1991, a carga tributária correspondia a 23,9% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que nos anos seguintes esse percentual foi aumentando e, em 2024, bateu o recorde, chegando a 34,2% do PIB.
Apesar de todo esse crescimento na arrecadação, o governo federal não tem uma situação tranquila, pois não consegue fechar as contas.
“Déficit público”
Pelos cálculos do Ministério da Fazenda, a previsão é de que o governo federal chegue ao final do ano com um resultado negativo nas contas públicas no valor de R$30 bilhões de reais, conhecido como “déficit primário”, que é a diferença entre a arrecadação e as despesas, sem contar os valores destinados ao pagamento de juros e encargos da “dívida pública”. O valor total, conhecido como “déficit nominal”, que inclui os juros e encargos, chega ao estratosférico valor de R$970 bilhões anuais.
O recorde de 34,2% do PIB ainda não foi suficiente. Agora em 2025, em todos os meses, a arrecadação está sendo ainda superior e, assim, o Brasil caminha, pelo 2º ano seguido, para ter a maior carga tributária de toda sua história.
Engordando os parasitas
A principal questão não é o aumento da arrecadação em si, mas quem paga e quem se beneficia com essa política.
No Brasil, o peso dessa cobrança recai sobre os trabalhadores e a população pobre, que são obrigados a pagar impostos sobre os próprios salários e, principalmente, sobre o consumo de produtos básicos necessários à sobrevivência da família, como alimentos, higiene, remédios, roupas, energia elétrica, internet, telefonia, transportes etc.
E do outro lado, os beneficiários são principalmente os banqueiros, especuladores e grandes empresários, que de diversas formas, se enriquecem cada vez mais com o dinheiro público.
Além de juros e encargos da dívida pública, existem muitos outros mecanismos, como o “bolsa-banqueiro”, obras superfaturadas, isenções fiscais para empresas, igrejas, sobre dividendos; empréstimos subsidiados com dinheiro público, principalmente a latifundiários e empresários.
É necessário romper com essa política neoliberal, totalmente injusta, que aumenta a concentração de renda, impede o desenvolvimento econômico e coloca, cada vez mais, milhões na miséria.





