Estados Unidos

Arquivos JFK: Mossad assassinou John F. Kennedy?

Documentos mostram canal clandestino entre chefe da CIA e serviços de inteligência israelenses

Nessa terça-feira (18), Donald Trump, cumprindo uma de suas promessas mais bombásticas feita no dia de sua posse como presidente dos Estados Unidos, liberou milhares de documentos relacionados ao assassinato do ex-presidente democrata John Fitzgerald Kennedy (JFK), morto na década de 1960 durante o exercício de seu mandato.

Muitos dos arquivos sobre o assassinato de Kennedy já haviam sido divulgados, incluindo um lote de 13 mil documentos liberados durante o governo Joe Biden. No entanto, vários dos documentos divulgados agora haviam sido anteriormente censurados e revelam detalhes muito importantes deste que se tornou um dos episódios mais famosos da história contemporânea, dando lugar a muita especulação.

A morte de Kennedy ocorreu em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas. Ele estava em uma visita política ao estado, como parte de uma turnê para angariar apoio para sua reeleição. Na manhã de 22 de novembro, Kennedy, acompanhado de sua esposa Jacqueline, do vice-presidente Lyndon B. Johnson e de outros membros de sua comitiva, estava em um carro aberto, percorrendo as ruas de Dallas em uma caravana. O presidente estava sendo saudado por uma grande multidão nas ruas da cidade, quando foi atingido por disparos fatais.

O assassinato de JFK ocorreu por volta das 12h30, hora local, enquanto o carro aberto percorria Dealey Plaza. Três tiros foram disparados de uma janela no sexto andar do Texas School Book Depository, um edifício localizado ao longo do percurso da caravana. Dois tiros acertaram Kennedy. O primeiro atingiu seu pescoço, e o segundo, fatal, atingiu sua cabeça.

Imediatamente após o assassinato, Lee Harvey Oswald foi identificado como o principal suspeito. Oswald, um ex-fuzileiro naval dos Estados Unidos, tinha um passado controverso. Após desertar para a União Soviética em 1959, ele retornou aos Estados Unidos em 1962, onde, de acordo com as investigações, se estabeleceu em Dallas e trabalhava no Texas School Book Depository.

A investigação policial rapidamente o localizou no local do crime, onde ele foi preso cerca de 70 minutos após o assassinato, sob a acusação de assassinato de Kennedy e de um policial de Dallas, J.D. Tippit, que havia sido morto por Oswald pouco depois do atentado contra o presidente.

A Comissão Warren foi criada em 1963 pelo presidente Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato de Kennedy. A comissão, presidida pelo chefe da Suprema Corte dos EUA, Earl Warren, concluiu em 1964 que Lee Harvey Oswald agiu sozinho ao assassinar JFK. O relatório indicava que Oswald disparou três tiros do sexto andar do Texas School Book Depository, sendo que dois deles acertaram o presidente.

O que foi apontado como prova para essa conclusão foi a balística, que confirmou que os disparos vinham de uma única direção, o que contradizia algumas teorias que apontavam para múltiplos atiradores. Contudo, a Comissão Warren foi amplamente criticada ao longo dos anos por sua abordagem e pelas perguntas que surgiram a partir de suas conclusões.

Três dias depois de sua prisão, em 24 de novembro de 1963, Lee Harvey Oswald foi morto por Jack Ruby, um empresário de Dallas, enquanto estava sendo transferido da prisão local para o tribunal.

Ao anunciar a liberação dos arquivos, Trump afirmou que “as pessoas esperam há décadas” para ver as 80 mil páginas de registros sobre o assassinato de Kennedy. Logo após assumir o cargo, ele assinou uma ordem executiva determinando a divulgação pública de milhares de arquivos relacionados aos assassinatos de John Fitzgerald Kennedy, de seu irmão Robert Francis Kennedy e do ativista Martin Luther King Jr. Os documentos de Kennedy foram disponibilizados no sítio do Arquivo Nacional.

A imprensa imperialista correu para dizer que os arquivos não trazem novidades. “Segundo um especialista que já analisou muitos desses registros, não há indícios de que os arquivos contenham grandes revelações”, declara um artigo da emissora norte-americana CNN. Se é assim, por que estavam guardados durante tanto tempo?

Algumas informações que já vieram à tona mostram que, na verdade, há muito a ser revelado.

Assassino de Kennedy trabalhou para a CIA

Um dos documentos liberados por Trump revela que um comandante de Lee Harvey Oswald afirmou oficialmente que ele foi recrutado pela CIA enquanto estava no Japão. Isso contradiz a versão oficial de que Oswald era apenas um ex-fuzileiro naval desiludido que agiu sozinho no assassinato de John F. Kennedy.

Documentos também revelam que o Departamento de Estado foi alertado meses antes do assassinato de Kennedy – e não fez nada.

Um denunciante informou às autoridades dos Estados Unidos em julho de 1963 que Lee Harvey Oswald planejava matar o presidente, mencionando contatos soviéticos e confirmando que Oswald possuía uma arma.

A resposta? “E daí se Oswald tem uma arma?”, teria desdenhado uma autoridade norte-americana.

A CIA trabalhava em cooperação com “Israel”

Em um dos documentos dos serviços de inteligência norte-americanos sobre o assassinato de Kennedy, aparece a colaboração destes com os serviços de inteligência israelenses:

“Em 1963, criamos um arquivo de controle separado (62-99724) com a legenda ‘CIA – James Angleton’, com o objetivo de reter cópias de certos tipos de memorandos disseminados para nós por James Angleton, Chefe da Seção de Contrainteligência da CIA. Acreditamos que não é mais necessário manter esse arquivo de controle. Para contextualizar, o arquivo de controle foi criado para nos dar a oportunidade de monitorar de perto nossa ligação com Angleton em uma variedade de assuntos que não eram relatados pelos canais normais da CIA. Os diretores da CIA permitiram que Angleton conduzisse vários projetos de inteligência, muitos deles com o serviço de inteligência israelense.”

James Angleton é um espião norte-americano, conhecido como um dos principais agentes a serviço das operações criminosas do imperialismo.

Os documentos indicam que a colaboração não se tratava de um compartilhamento rotineiro de informações, mas sim de um canal clandestino, ignorando os canais padrão, para omitir o papel de “Israel” nas operações dos Estados Unidos. Angleton atuou filtrando relatórios e controlando o fluxo de informações para o Birô Federal de Investigação (FBI), garantindo que a inteligência israelense permanecesse escondida à vista de todos.

Chama atenção, também, a mensagem deixada pela CIA em determinado documento:

“A CIA não possui objeções à desclassificação e/ou publicação da informação neste documento com exceção destas palavras: [o Serviço de Inteligência Israelense].”

Sabotagem à economia de Cuba

A CIA planejou induzir o fracasso das colheitas em Cuba para sabotar a economia em um esforço para desestabilizar o regime. A sabotagem da CIA em Cuba é a mesma abordagem adotada em outros países latino-americanos, como o Chile: infiltrar-se no país, fazer a economia disparar, criar as condições propícias para um golpe apoiado pela CIA e executar o plano.

Lista de cidades onde a CIA possui bases secretas

Os analistas da emissora russa Russia Today (RT) destacaram, dentre a documentação sobre o assassinato de Kennedy, uma lista contendo cidades onde a CIA possui bases secretas. Com ironia, a emissora pergunta: “sua cidade está na lista”?

Espionagem de Leonel Brizola

Os documentos liberados por Trump também demonstraram que a CIA espionava o nacionalista Leonel Brizola, então filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de Getúlio Vargas. Segundo os documentos, Mao Tsé-Tung, então líder do Partido Comunista da China, e Fidel Castro, então primeiro-ministro de Cuba, teriam oferecido “materiais”, “suporte” e “voluntários” para Brizola, que era governador do Rio Grande do Sul, em 1961.

Na época, a renúncia surpresa do direitista Jânio Quadros havia aberto uma crise no País, uma vez que o seu vice-presidente, João Goulart, era indesejado pelo imperialismo. Goulart assumiu, mas acabou sendo derrubado em 1964 por um golpe militar.

Mossad assassinou Kennedy?

Ainda há muito a ser descoberto com os mais de 80 mil documentos liberados. No entanto, ao contrário do desdém apresentado pela imprensa, os documentos possuem, sim, muitos segredos que estão sendo revelados para o grande público e que mostram o caráter criminoso e altamente conspirativo do Estado norte-americano.

O canal clandestino entre o chefe da CIA e os serviços de inteligência de “Israel” é um dos segredos mais chocantes. Se levado em consideração que a CIA pode ter orquestrado a morte de Kennedy – afinal, os documentos indicam que o seu assassino trabalhou para a agência e que as autoridades foram avisadas de seu intuito em assassinar o então presidente, mas nada fizeram – e que os norte-americanos possuíam uma colaboração com “Israel” para atividades tão criminosas que nem eram registradas oficialmente, então é verossímil que o Mossad tenha participado do assassinato de Kennedy.

É possível, ainda, encontrar uma motivação: Kennedy era um opositor da ideia de que “Israel” tivesse a sua bomba atômica.

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