Judiciário

Após mulher negra no STF, identitários querem mulher no STJ

Identitários apostam, mais uma vez, na demagogia para impedir que Lula indique alguém de sua confiança para o Judiciário

Apesar de a política identitária estar em franca decadência em todo o mundo, no Brasil, o presidente Lula continua sendo pressionado a priorizar a cor, o sexo ou qualquer outro aspecto que se encaixe nas determinações identitárias em detrimento daquele que deveria ser o fator mais importante: a confiança em determinada pessoa para suas indicações políticas.

Assim como aconteceu no primeiro ano do mandato do presidente, quando ONGs imperialistas que atuam no Brasil lançaram a campanha por uma “mulher negra no STF” – em que, na verdade, o fato de ser mulher e negra não passava de fachada para colocar uma pessoa ligada aos golpistas de 2016 -, agora, mais uma vez, essas e outras entidades pressionam para que as próximas vagas no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sejam preenchidas com base no critério de ser uma mulher.

Na última sexta-feira (17), um grupo formado por magistrados, juristas e entidades enviou uma carta ao presidente cobrando que tal critério seja aplicado nas vagas que deverão ser preenchidas no STJ devido à aposentadoria das ministras Assusete Magalhães e Laurita Vaz.

“A substituição por dois homens nas duas cadeiras do Superior Tribunal de Justiça antes ocupadas por mulheres, se concretizada, consubstanciar-se-ia em inegável retrocesso, inclusive no tocante à imagem de nosso país junto à comunidade internacional”, diz a carta.

“Também somos a favor da indicação de mais mulheres negras aos Tribunais Superiores. Ainda que, desta vez, não tenham sido incluídas nas listas tríplices formuladas pelo STJ, reforçamos a necessidade de que também integrem esses espaços de poder e tomada de decisão. Ainda há muito o que conquistar, sobretudo sob o viés racial”, continua.

Além da carta, o grupo pressiona pelas redes sociais, onde têm publicado discursos do presidente Lula feitos em sua posse nos quais ele falava sobre a participação feminina na sociedade, associando suas afirmações à demanda identitária.

A defesa da participação feminina por parte dessas entidades trata-se de um verdadeiro engodo. Assim como ficou provado no caso da “mulher negra no STF”, a pressão exercida por esses grupos identitários tem como única finalidade impedir que o presidente indique alguém para os tribunais que seja de sua confiança. O Judiciário, hoje, é a instituição mais utilizada pela burguesia para manter o controle sobre o regime político e, para isso, precisa manter nos principais cargos pessoas que sejam de sua confiança, e não de quem foi eleito para governar para o povo.

Ademais, acreditar que uma juíza, que trabalha para manter a “ordem” de um regime político que esmaga a população pobre e trabalhadora vai “empoderar” as mulheres, que são a maioria da população pobre do País, é uma farsa total.

Vale lembrar que, recentemente, um policial que matou à queima-roupa um estudante de medicina em São Paulo foi colocado em liberdade por uma juíza – sim, uma mulher – que, anos antes, havia condenado uma mãe de família por furtar um miojo e um suco para seus filhos durante a pandemia.

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