Europa

Após golpe, imperialismo consegue eleger premiê na Alemanha

AfD pede novas eleições diante da vitória da CDU/CSU em segunda rodada de votação nesta terça-feira

O líder conservador alemão Friedrich Merz não obteve votos parlamentares suficientes para se tornar chanceler do país nessa terça-feira (6), em uma espécie de primeira rodada das eleições. Nove parlamentares se abstiveram, enquanto 307 votaram contra Merz, disse a presidente do Bundestag, Julia Kloeckner.

De acordo com a agência britânica Reuters, Merz, de 69 anos, que participou da vitória dos conservadores da CDU/CSU nas eleições federais em fevereiro e assinou um acordo de coalizão com o SPD (Partido Social-Democrata), conseguiu só 310 votos, seis a menos que a maioria absoluta. Ao menos 18 parlamentares da coalizão não o apoiaram. Os partidos de oposição ao governo, Alternativa para a Alemanha (AfD) e a Esquerda, votaram todos contra a nomeação de Merz.

Os conservadores de Merz venceram as eleições de fevereiro com 28,5% dos votos, o que os deixou na necessidade de alianças com outros partidos para formar um governo majoritário. O partido então assinou um acordo de coalizão com o SPD, que obteve apenas 16,4% dos votos. É a primeira vez na história do pós-guerra da Alemanha que um candidato perde o 1º turno de votação.

A Constituição estabelece que a segunda votação poderia ocorrer em um prazo de 14 dias. Contudo, o líder da bancada parlamentar da União Democrata-Cristã (CDU), Jens Spahn, informou à imprensa que todos os partidos da Câmara, com exceção do Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, concordaram em votar novamente já nessa terça.

A confirmação de que Merz teria sido realmente eleito só veio na segunda rodada de votação no Bundestag, após uma derrota histórica na primeira tentativa. Essa vitória encerra a posse de Olaf Scholz (SPD) e marca o retorno de um governo liderado pela CDU, que formou uma coalizão com a União Social Cristã (CSU) e o próprio Partido Social Democrata (SPD), em um arranjo político batizado de “preto-vermelho”.

Juntos, os três partidos somam 328 cadeiras no Parlamento, mas apenas 310 votos foram dados a favor de Merz na primeira tentativa — seis a menos que o necessário para garantir sua eleição. Três deputados se abstiveram e 307 votaram contra. O revés gerou desconforto na coalizão e expôs fragilidades da nova base aliada. Na segunda votação, o conservador finalmente atingiu a maioria absoluta, recebendo 325 votos entre os 630 deputados.

As tensões após as eleições aumentaram significativamente. A AfD pediu novas eleições:

“O senhor Merz deveria renunciar imediatamente e a porta deveria ser aberta para novas eleições em nosso país”, declarou Alice Weidel, co-líder da AfD, que foi o segundo partido mais votado nas eleições de 23 de fevereiro, e atualmente está lado a lado com os conservadores nas pesquisas.

Outro fato curioso em relação a essa questão eleitoral na Alemanha é de que, na última sexta-feira (2), o Escritório Federal para a Proteção da Constituição da Alemanha (BfV) classificou oficialmente a AfD como uma organização de extrema direita. A medida permite que o serviço de inteligência interna amplie a vigilância sobre o partido, que se tornou a principal força de oposição no país após conquistar 152 das 260 cadeiras nas eleições parlamentares de fevereiro.

Com a nova designação, o BfV está autorizado a utilizar mecanismos como escutas telefônicas, interceptação de comunicações digitais e infiltração de informantes para monitorar as atividades do AfD. A classificação também pode afetar o acesso do partido a recursos públicos e permitir que funcionários do Estado filiados à legenda sejam afastados de suas funções, conforme afirmou o Ministério do Interior alemão.

Em nota conjunta, os co-presidentes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a decisão como “um golpe contra a democracia” e afirmaram que o AfD continuará a buscar reparação legal contra o que consideram uma perseguição política. “A decisão teve motivação política”, denunciaram os dirigentes.

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