Na última sexta-feira (11), os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) encerraram uma greve que durou 235 dias, a mais longa da história da categoria. O acordo firmado com o Ministério da Previdência Social garantiu a reposição dos dias parados pelos grevistas e a restituição dos salários descontados. O atendimento foi normalizado na segunda-feira (14).
Cerca de 300 peritos, aproximadamente 10% do total, paralisaram as atividades desde agosto de 2024, reivindicando o cumprimento de um acordo de 2022 que não teve detalhes divulgados. A Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) reconheceu que os ganhos ficaram abaixo das expectativas, mas celebrou a exclusão de punições disciplinares e a abertura para futuras negociações. Em nota, a entidade declarou:
“Por certo, o pacto firmado não corresponde à expectativa das partes envolvidas, mas garante a estabilização do conflito classista e a segurança dos peritos médicos federais, especialmente mediante a exclusão dos riscos funcionais e disciplinares. Apesar de não constituir aquilo que a categoria almejava, a saber, a manutenção das cláusulas do Termo de Acordo n.º 01/2022, o novo pacto sinaliza a consolidação de novas conquistas.”
Durante a greve, o INSS enfrentou dificuldades para manter os serviços. Em janeiro de 2025, perícias não realizadas foram reagendadas automaticamente para médicos não grevistas.
No mesmo mês, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve o corte de salários dos paralisados, após recurso da ANMP. Em abril, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma investigação contra possíveis “abusos” no movimento grevista. O direito de greve é protegido pela Constituição, ao contrário da perseguição empreendida por Mendes, que não é outra coisa, mas consequência da ditadura judicial que submete o País.