Economia

Apenas 9% estão satisfeitos com preços dos alimentos

A discrepância entre a situação financeira individual e a condição econômica geral é resultado de uma política de austeridade praticada pelo Ministério da Fazenda

A situação econômica do Brasil não corresponde ao otimismo do governo, enquanto a ala política se anima com a promoção de uma suposta defesa da “soberania nacional”. Apesar de 30% afirmarem que houve melhoras, 20% dizem que suas finanças “pioraram” no semestre. Outros 40% declaram que não houve mudanças, e 10% não souberam responder.

O mesmo levantamento do Poder360 traz outros dados econômicos relevantes: 59% dos eleitores afirmam que houve aumento dos preços nos supermercados e em suas despesas gerais nas últimas semanas. Apenas 9% dos entrevistados afirmam que os custos diminuíram, um grupo que oscilou 2 pontos para cima nos últimos quatro meses.

A discrepância entre a situação financeira individual e a condição econômica geral é resultado de uma política de austeridade praticada pelo Ministério da Fazenda, com cortes em programas de assistência social para atingir a meta fiscal. O ministro Fernando Haddad afirmou que combaterá as “transgressões tributárias para equilibrar as contas”. Entre os programas sociais que serão afetados, estão:

  • Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com cortes de R$425 milhões.
  • Minha Casa, Minha Vida, o mais afetado com R$2,1 bilhões em cortes.
  • Farmácia Popular, com cortes de R$226 milhões.

Esses cortes fazem parte de um congelamento total de R$ 31 bilhões do Orçamento federal.

A elevação dos preços, percebida na pesquisa, demonstra uma apatia da sociedade frente às medidas fiscais, mesmo com 30% dos eleitores percebendo melhorias tímidas em suas finanças. As medidas não afetam apenas as demandas populares, mas atingem setores vitais como a pesquisa científica. O Ministério da Ciência e Tecnologia, por exemplo, terá um corte de R$425 milhões em bolsas de formação científica, desde o ensino médio. O transporte ferroviário nacional também sofreu um corte de R$488 milhões.

No dia 22 de maio, o Ministério da Fazenda anunciou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o congelamento dos R$31 bilhões para o cumprimento da meta fiscal. Essa meta é um instrumento contábil que o governo usa para equilibrar receitas (impostos e taxas) e despesas anuais, sem contar os juros da dívida pública. Essa nova regra fiscal, que estabelece um limite de gastos, substitui a política do teto de gastos do governo Temer (2016-2018), que foi continuada durante a gestão Bolsonaro e revisada pelo ministro Haddad com a política de arcabouço fiscal.

O arcabouço fiscal, a atual política econômica do governo, é um conjunto de regras para controlar as despesas públicas a longo prazo, visando atender ao mercado financeiro. Há uma diferença crucial entre ele e o teto de gastos:

  • O teto de gastos não tem previsão futura e tem uma aplicação rígida.
  • O arcabouço fiscal permite uma previsão de futuro, com alguma inclusão de pautas não financeiras, como políticas sociais, e dá previsibilidade para o mercado financeiro.

Essa medida permite o atendimento aos juros praticados pelo Banco Central, um órgão que, em sua suposta autonomia, atende o mercado financeiro, especialmente os especuladores, em detrimento dos interesses nacionais. A política atual é vista como um enfraquecimento da função social do Estado, um “sequestro” neoliberal que afetará os ministérios em R$ 24,2 bilhões, incluindo programas estruturantes como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O próprio Congresso Nacional também foi afetado, com um corte de R$7,1 bilhões em emendas parlamentares.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.