O dirigente nacional do Partido da Causa Operária (PCO) e membro da direção da Apeoesp, Antônio Carlos Silva, fez um discurso marcante durante o ato do dia 7 de outubro, realizado em São Paulo, em defesa da Resistência Palestina e contra a ofensiva sionista e imperialista.
Logo no início, Silva destacou o caráter vitorioso da atividade, que se manteve de pé apesar da intensa campanha de sabotagem promovida pela direita e pelos setores sionistas.
“O nosso ato é uma vitória importante diante da provocação que mais uma vez nós sofremos”, afirmou. “A direita fez uma intensa campanha para que a gente não se reunisse, para que a gente não celebrasse essa data.”
Conforme destacou o dirigente, a pressão envolveu parlamentares de todo o país e grandes veículos da imprensa capitalista.
“Teve parlamentar da direita do Nordeste que pediu a intervenção do nosso ato. A imprensa capitalista mostrou claramente de que lado ela está. Não há unanimidade nenhuma no apoio à Palestina — isso é uma farsa. Quando a gente quer realizar um ato de apoio à luta do povo palestino, se levantam as vozes da direita e há um silêncio vergonhoso de setores da esquerda.”
Silva lembrou que o local inicialmente alugado para o evento, a Academia Paulista de Letras, rompeu com o contrato após pressões de grupos sionistas, mesmo com o pagamento já efetuado.
“Os sionistas foram lá, fizeram pressão, e o pessoal arregou. Cancelaram a reserva que nós tínhamos feito.”
O dirigente ressaltou que o PCO foi o principal alvo da campanha reacionária, e que a perseguição judicial e política ao partido e a seus dirigentes tem se intensificado.
“Companheiros como o Rui, o Breno e o Constantino já tiveram contas bloqueadas, processos na Polícia Federal. Criminosos que apoiam o genocídio palestino ganham na Justiça o direito de roubar o dinheiro dos nossos companheiros”, afirmou, denunciando a parcialidade do Judiciário e da imprensa.
Silva ironizou a tentativa de setores da esquerda de justificar a perseguição ao partido com o argumento de que o PCO seria “radical demais”.
“Se a nossa posição é errada, por que a direita nos ataca dessa maneira? Por que essa mesma imprensa golpista, que derrubou a Dilma e prendeu o Lula, é tão hostil ao PCO? É porque nós somos o único partido que denuncia o imperialismo sem fazer concessões.”
O dirigente nacional destacou que, para a burguesia e para os governos imperialistas, lamentar o genocídio palestino é aceitável, mas apoiar concretamente a resistência é imperdoável.
“Eles não ligam se as pessoas choram pelos mortos ou fazem moções na Câmara. Eles ligam quando a gente defende o direito do povo palestino de se defender de armas na mão. Porque eles acham que os escravos não têm direito a se rebelar.”
Silva condenou a hipocrisia dos países imperialistas que fingem críticas “humanitárias” a Israel.
“Até os governos da França e da Alemanha agora dizem que Netanyahu está exagerando. São cínicos! São os mesmos que deram as bombas para o genocídio.”
Para ele, a luta consequente exige a defesa aberta do fim do Estado de Israel:
“Tem que acabar com o Estado genocida de Israel. Essa é uma excrescência que precisa ser varrida do mapa. Criticar o genocídio e chorar lágrimas não muda nada. É preciso apoiar a luta real, a luta armada pela libertação.”
Encerrando o discurso, Antônio Carlos Silva fez uma contundente defesa da educação voltada para a emancipação e a consciência de classe, respondendo a um artigo publicado na Folha de S.Paulo intitulado Radicalismo não combina com educação.
“Não há educação que não seja para a liberdade. Educar para ser escravo, a gente não precisa disso. Quem educa para ser escravo não é educador, é capacho”, disse, sob aplausos.
E continuou:
“Se a gente constrói sindicatos e escolas, é para educar nossos filhos e netos a lutarem contra o sofrimento e o massacre dos seus irmãos. A educação do Tarcísio e do Feder, essa sim, é a que deve ser jogada na lata do lixo.”





