Causa Operária TV

Análise Política da Semana: censura, repressão e autoritarismo

Presidente do PCO denuncia os acontecimentos repressivos no Brasil e no mundo

No sábado (29), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, realizou mais uma edição da Análise Política da Semana, programa transmitido pela Causa Operária TV. Em análise contundente, Rui apresentou um panorama preocupante do cenário político brasileiro, marcado por uma escalada autoritária, avanço da repressão estatal e um processo acelerado de supressão dos direitos democráticos mais básicos da população.

A análise teve início com a denúncia de uma medida extremamente grave por parte da Advocacia-Geral da União (AGU), que ingressou com um processo contra a produtora Brasil Paralelo, exigindo a retirada de um documentário sobre a Lei Maria da Penha e a aplicação de uma multa de meio milhão de reais. Rui classificou a ação como um caso evidente de censura, uma tentativa de impedir a livre expressão de ideias e opiniões. Independentemente do conteúdo do documentário ou da linha política da produtora, afirmou o dirigente, trata-se de um ataque direto à liberdade de expressão, já que o Estado está querendo determinar o que pode ou não ser dito, baseado em argumentos subjetivos como “desinformação” ou “dano moral coletivo”.

Rui argumentou que esse tipo de censura abre um precedente perigoso: quem define o que é verdade? Qual órgão do Estado está autorizado a determinar o que pode ser publicado? A censura prévia não existe na legislação brasileira, lembrou ele, e mesmo no caso de supostos ataques à honra, é necessário que haja um processo judicial posterior, e não uma proibição preventiva. A imposição de multa e exigência de retratação obrigatória também foram duramente criticadas, por configurarem uma forma moderna de controle ideológico.

A discussão sobre censura levou a uma reflexão mais ampla sobre o direito de defesa e a possibilidade de que mesmo os condenados possam apresentar suas versões dos fatos. Casos como o do ex-marido de Maria da Penha, retratado no documentário da Brasil Paralelo, e o do jogador Daniel Alves, absolvido após 14 meses de prisão, foram utilizados como exemplos de que o debate público não pode ser interditado por decisões judiciais. Rui alertou que se condenações judiciais se tornarem inquestionáveis, estaremos diante de uma nova forma de totalitarismo, onde até mesmo o direito de se dizer inocente será considerado um crime.

Em seguida, Pimenta compartilhou uma experiência pessoal que ilustra o avanço do que chamou de “Estado policial” no Brasil. Ele revelou ter sido intimado pela Polícia Federal para prestar depoimento ao Grupo de Combate ao Terrorismo. O motivo, segundo ele, estaria relacionado à sua atuação política em defesa da causa palestina e às críticas ao genocídio promovido por “Israel” em Gaza. O caso não é isolado: diversos militantes do PCO também estão sendo alvo de processos e investigações, demonstrando que há um movimento coordenado para calar vozes dissidentes sob pretextos frágeis e sem qualquer respaldo legal.

A perseguição a militantes, no entanto, não é o único exemplo do endurecimento do regime político. Rui comentou o caso da cabeleireira Débora Bezerra, condenada a 14 anos de prisão por sua participação nos atos de 8 de janeiro. A sentença, segundo ele, não se baseia em provas concretas de crime, mas apenas no fato de ela ter “estado presente” no local. Sua única ação registrada foi ter passado batom em uma estátua — e isso foi considerado suficiente para enquadrá-la em crimes como insurreição armada e golpe de Estado. Rui afirmou que o julgamento coletivo, onde todos são culpados pelas ações de alguns, é uma afronta aos princípios mais básicos da justiça.

Ao longo da análise, Rui também criticou a adesão da esquerda institucional — partidos como PT, PSOL e PCdoB — à repressão promovida pelo judiciário e pela mídia burguesa. Para ele, ao invés de defender os direitos democráticos do povo, essa esquerda se tornou cúmplice de arbitrariedades, utilizando o discurso da luta contra o fascismo e da defesa de causas identitárias como justificativa para apoiar censura, perseguições e sentenças absurdas.

A análise se ampliou ainda para o cenário internacional, destacando que essa escalada autoritária não é um fenômeno isolado no Brasil. Rui citou o caso do Reino Unido, onde protestos pró-Palestina têm sido reprimidos com base em leis antiterrorismo, inclusive com prisões e a dissolução de reuniões. Para ele, estamos assistindo à consolidação de uma ditadura global dos chamados “liberais democratas”, que usam a linguagem da defesa dos direitos humanos para impor regimes de exceção e silenciar os que resistem ao imperialismo.

Ao abordar a guerra na Ucrânia, Rui criticou setores da esquerda que apoiam a OTAN e demonizam países como Rússia, Irã e Síria. Ele alertou que essa retórica serve apenas para legitimar os ataques dos imperialistas contra povos oprimidos, e que a verdadeira defesa da democracia passa, necessariamente, por uma posição anti-imperialista.

A conclusão da análise foi clara: o que está em curso no Brasil e no mundo não é a defesa da democracia, mas a sua destruição. E, segundo Rui, apenas uma política independente, classista e revolucionária poderá fazer frente a essa ofensiva. O PCO, afirmou, continuará sendo uma voz firme em defesa dos direitos democráticos — para todos, inclusive para os adversários políticos — porque sem esses direitos, não há possibilidade de luta real contra o sistema.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.