O presidente do Comitê Militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Almirante Giuseppe Cavo Dragone, declarou, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, que os países do bloco estariam se preparando para uma ação mais agressiva contra a Rússia.
“Estamos estudando tudo… ser mais agressivos ou ser proativos em vez de reativos é algo em que estamos pensando,” disse Dragone.
O Almirante acrescentou que um “ataque preventivo” poderia ser considerado uma “ação defensiva”, embora estivesse “mais distante da nossa forma normal de pensar e de nos comportar.”
De acordo com o FT, diplomatas do Leste Europeu têm exigido ações mais duras contra a Rússia, incluindo ataques cibernéticos de retaliação. Dragone destacou, no entanto, que a tomada de decisões da OTAN tem sido restringida por preocupações “legais” e “éticas”.
Em setembro, a OTAN aumentou as patrulhas aéreas no Leste Europeu e nos países bálticos em resposta a alegadas violações do espaço aéreo pela Rússia. O governo russo negou as alegações de que suas aeronaves e veículos aéreos não tripulados (VANTs) invadiram o espaço aéreo do bloco e acusou-o de incitar a guerra.
O embaixador Russo na Bélgica, Denis Gonchar, disse na semana passada que os membros da OTAN estavam pondo em prática uma “militarização desenfreada” na Europa sob o pretexto de dissuadir os planos “inexistentes” da Rússia de os atacar.
Em resposta às graves declarações do Almirante Giuseppe Cavo Dragone, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, disse que o bloco precisa considerar os riscos e as consequências de um confronto direto com o país. Ela classificou as palavras do general como “irresponsáveis” e instou a OTAN a pensar nas consequências que um confronto direto com a Rússia poderia significar para os seus membros.
A Rússia considera as palavras de Dragone “um movimento absolutamente irresponsável que indica a prontidão do bloco para avançar ainda mais em direção à escalada”, disse Zakharova num comunicado publicado pelo ministério na segunda-feira (1º). A “histeria anti-russa” atiçada pelos membros da OTAN está apenas intensificando ainda mais o confronto atual, alertou ela.
A declaração do general também desmistifica o mito sobre a natureza “puramente defensiva” do bloco militar, disse Zakharova, acrescentando que a OTAN “não esconde os seus objetivos e intenções há muito tempo”. A porta-voz também acusou o bloco militar de “procurar deliberadamente perturbar os esforços destinados a encontrar uma saída para a crise da Ucrânia”.





