A absolvição do almirante Othon Pinheiro da Silva, símbolo do programa nuclear brasileiro, anunciada em 23 de setembro de 2025 pela Justiça Federal do Rio de Janeiro, é a prova viva de que a Operação Lava Jato foi um instrumento político de destruição nacional. Sob o pretexto de “combater a corrupção”, o consórcio judicial-midiático articulado com o imperialismo norte-americano desmantelou setores inteiros da economia, paralisou a engenharia pesada e atingiu diretamente o coração da soberania científica do país.
Othon, engenheiro naval formado pela USP e especializado em engenharia nuclear no MIT, foi acusado em 2015 de ter recebido propina de empresas contratadas pela Eletronuclear, em um suposto esquema de corrupção. As acusações, baseadas em delações premiadas sem provas materiais, resultaram em sua prisão preventiva aos 76 anos, mesmo estando em tratamento contra um câncer. Sua condenação foi posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal em 2021, que reconheceu a parcialidade da Lava Jato e do então juiz Sérgio Moro.
Responsável por avanços decisivos na área de energia e propulsão nuclear, Othon foi o exemplo mais claro de como o Brasil foi sabotado quando começou a ensaiar um salto tecnológico. Sua prisão interrompeu o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e atrasou por anos o projeto do submarino de propulsão nuclear Álvaro Alberto — uma conquista que colocaria o Brasil entre as nações capazes de dominar o ciclo completo do combustível atômico. O mesmo Estado que deveria proteger seus cientistas transformou-o em inimigo público.
A Lava Jato não foi um “erro de percurso”: foi uma operação deliberada para quebrar a autonomia industrial e energética do país. Como no caso das empresas estratégicas destruídas — Petrobras, Odebrecht, Eletrobras — o objetivo era sabotar qualquer tentativa de desenvolvimento independente. A cooperação ilegal com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos mostrou que o combate à corrupção era apenas fachada para a entrega das riquezas nacionais.
O episódio tem semelhanças evidentes com as ações imperialistas contra cientistas do Oriente Médio, alvos de campanhas de difamação e violência sempre que ousam avançar em pesquisa nuclear. A perseguição a Othon foi a versão brasileira dessa política: neutralizar o conhecimento e garantir que o país continue dependente de tecnologia estrangeira. Nenhum império tolera que uma nação atrasada construa sua própria base científica.
A energia nuclear não é luxo nem capricho militar: é condição para o desenvolvimento soberano. Nenhum país que se industrializou de forma autônoma abriu mão de dominar essa área. O Brasil, que dispõe de urânio e capacidade técnica, poderia ter alcançado um novo patamar de independência. A Lava Jato destruiu esse flerte com o futuro, interrompendo pesquisas, prendendo cientistas e criminalizando o avanço tecnológico.
Agora, com a absolvição, o país assiste ao reconhecimento de uma farsa. Othon foi destruído judicialmente porque encarnava um projeto de nação soberana, e sua reabilitação desmonta a narrativa de “moralização” vendida por Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. A verdadeira justiça será feita quando a Lava Jato for tratada pelo que foi: uma operação de sabotagem imposta pelo imperialismo para manter o país no atraso econômico e tecnológico.





