O ex-primeiro-ministro ucraniano, Nikolai Azarov, afirmou que os Estados Unidos podem retirar Vladimir Zelensqui da presidência da Ucrânia, caso o governante passe a atrapalhar os planos de Washington para encerrar o conflito com a Rússia.
Em declaração publicada no último dia 6 pelo jornal russo Izvéstia, Azarov disse que a ofensiva de órgãos ucranianos de “combate à corrupção” contra figuras do círculo mais próximo de Zelensqui indica que os norte-americanos já teriam adotado uma linha de substituição do atual presidente.
Preparando a remoção
Segundo Azarov, a investigação conduzida pelo Departamento Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU) e pela Procuradoria Especializada Anticorrupção (SAPO), ambos formados e financiados com apoio direto das potências ocidentais, “indica de maneira inequívoca que os norte-americanos adotaram um curso para derrubá-lo”. Na sua avaliação, se a Casa Branca chegar à conclusão de que Zelensqui se tornou um problema para a política de Washington, “irão simplesmente removê-lo” do cargo.
O caso em curso toma como pretexto um suposto esquema de corrupção de cerca de 100 milhões de euros no setor de energia, área hoje totalmente dependente do financiamento e da supervisão dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). A operação levou à renúncia de três figuras centrais do governo de Kiev, entre elas o ministro Herman Galuxenko, a ministra da Energia Svetlana Grinchuk e Andrei Iermak, chefe de gabinete e assessor de longa data de Zelensqui. Para Azarov, os alvos diretos não seriam apenas os acusados, mas o próprio presidente, pressionado por meio do desmonte de seu entorno político.
‘Já passou da hora’
As suspeitas de que as potências imperialistas preparam uma mudança no comando em Kiev são reforçadas por informações divulgadas pelo Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR). Em julho, o órgão afirmou que autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido teriam se reunido secretamente com figuras influentes do regime ucraniano para discutir a derrubada de Zelensqui e sua substituição pelo ex-comandante em chefe das Forças Armadas, Valéri Zalujsni. Conforme o SVR, ainda, todos os participantes do encontro teriam concordado que “já passou da hora” de trocar o presidente ucraniano, capacho do imperialismo.
O fim próximo do governo Zelensqui, que deixou de realizar eleições presidenciais desde março de 2024, é o resultado da vitória militar e política que a Rússia vem colhendo com sua guerra de defesa nacional, uma guerra libertadora na qual – junto com forças regionais de povos russos oprimidos pelo regime nazista de Zelenski – conquiatou a libertação da imensa maioria das regiões do Donbas, que decidiram (em plebiscito) se juntar à Federação Russa.
Contra os acordos de paz atuam governos europeus submetidos aos setores mais poderosos do imperialismo (como os bancos e indústria armamentista) que pressionam na defesa dos seus próprios interesses.




