Brasil

Alckmin sobre anistia: ‘última palavra é do Judiciário’

Vice-presidente defende que burocratas não eleitos pelo voto popular possam tomar mais decisões do que aqueles eleitos pelo povo

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) declarou nesta sexta-feira (19) que a “última palavra é do Judiciário” em relação à anistia dos presos políticos do 8 de janeiro.

Segundo Alckmin, caberia ao Legislativo apenas “debater” o tema, mas a decisão final estaria nas mãos da Corte. Em outras palavras, o Parlamento, composto por representantes eleitos pelo povo, teria papel secundário, enquanto onze ministros, sem voto, têm o direito de determinar o que pode ou não ser aprovado.

A fala expressa a política de toda a frente ampla, que governa em aliança com partidos de direita e extrema direita e se apoia na tutela do Judiciário e da imprensa golpista. Não por acaso, o mesmo Alckmin que foi um dos articuladores do golpe de 2016 contra Dilma Rousseff, hoje atua como porta-voz da subordinação do Executivo ao STF.

A questão da anistia já foi alvo de manobras escandalosas. Após votada em regime de urgência e aprovada na Câmara, a proposta foi bloqueada por pressão direta do Supremo e da grande imprensa. Agora, setores como Aécio Neves (PSDB), Michel Temer (MDB) e Paulinho da Força (Solidariedade) — o “trio golpe de Estado” — se mobilizam para transformar a anistia em uma “PEC da dosimetria”, reduzindo penas apenas para parte dos condenados, mas mantendo a linha dura contra Bolsonaro.

A declaração de Alckmin mostra que essa operação não é “independência dos poderes”, como dizem Globo e Folha, mas a consolidação de um regime em que o STF age como árbitro absoluto. Para a burguesia, o Congresso só tem valor quando se submete à chantagem judicial. Quando há risco de decisões contrárias aos interesses dominantes, como a anistia ampla, entra em cena o Judiciário para impor a “última palavra”.

O apoio histérico de setores da esquerda pequeno-burguesa reforça o quadro. Guilherme Boulos (PSOL), Erika Hilton (PSOL) e Jones Manoel aparecem na imprensa como “vozes progressistas” contra a anistia, mas, na prática atuam como linha auxiliar da Rede Globo e do STF. Esse setor repete a propaganda oficial de que anistiar os presos seria “impunidade para golpistas”, quando o que está em jogo é um princípio democrático elementar: ninguém deve permanecer preso por motivos políticos.

Os enormes atos que ocorreram pelo Brasil no último domingo deveriam acender a luz vermelha da esquerda. Convocados em cima da hora, as manifestações foram verdadeiros shows, com participação de diversos capachos da Rede Globo e palavras de ordem completamente contrárias aos princípios da esquerda.

A posição de Alckmin indica sua política direitista, que não é novidade para ninguém. Mesmo assim, a esquerda segue a burguesia e o imperialismo como patos atrás da mãe, imitando tudo o que ela faz.

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