Brasil

Advogado de Filipe Martins denuncia ilegalidades de sua condenação

Voto de Alexandre de Moraes, relator do caso, contém um conjunto de arbitrariedades

Em um texto publicado em seu perfil no X, Jeffrey Chiquini, advogado de defesa de Filipe Martins, veio a público para denunciar o que classificou como uma sucessão de “arbitrariedades” e “ilegalidades” no voto do relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Martins é ex-assessor especial do governo de Jair Bolsonaro (PL) e foi condenado por participação na suposta “trama golpista”.

Segundo a defesa, o magistrado teria ignorado depoimentos cruciais de testemunhas de acusação e se baseado em provas frágeis ou comprovadamente adulteradas para sustentar a tese condenatória.

O ponto central da denúncia da defesa reside no fato de que o ministro teria desconsiderado os depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas, que foram arrolados como testemunhas de acusação.

De acordo com o advogado, o general Freire Gomes foi enfático ao afirmar que Filipe Martins não participou de reuniões de cunho golpista. O defensor destaca que Moraes teria minimizado essa fala, alegando que as palavras da testemunha “não mudam nada”. No mesmo sentido, o brigadeiro Baptista Jr. também negou qualquer presença de Martins em reuniões com os comandantes.

“O ministro ignorou o que disseram Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio e Almir Garnier sobre Filipe Martins não ter participado de nenhuma reunião com comandantes. Ignorou-se a prova técnica e testemunhal em favor de uma narrativa pré-estabelecida”, afirmou a defesa.

Um dos pontos mais sensíveis levantados pelo advogado diz respeito à tentativa do ministro de confirmar o dolo (a intenção de cometer o crime). Segundo a defesa, Moraes utilizou uma proposta de discurso de Martins como prova de crime, quando, na verdade, o texto dizia expressamente que o governo não iria contestar as eleições.

A defesa aponta também que o ministro reconheceu que a minuta atribuída especificamente a Filipe Martins não consta nos autos. Segundo o advogado, o ministro afirmou que “não importa se a versão atribuída a ele foi encontrada ou não”, justificando que havia diversas versões circulando.

Para o advogado, é impossível condenar alguém por um documento que o próprio julgador admite não ter em mãos para perícia direta. A defesa de Martins também atacou a base probatória utilizada pelo STF, que se apoia fortemente na delação premiada de Mauro Cid e em registros de entrada no Palácio.

O advogado revelou que os registros de entrada utilizados para colocar Martins em locais de reunião contêm assinaturas falsificadas. Segundo a denúncia:

“Existem 10 assinaturas diferentes para a mesma pessoa, o que demonstra, no mínimo, ‘falsidade ideológica’ na promoção do documento. Mesmo assim, o tribunal se agarrou a esses registros e à delação de Cid, ignorando as perícias.”

Em um dos trechos mais polêmicos do texto, o advogado afirma que o próprio ministro Alexandre de Moraes teria reconhecido a possibilidade de irregularidades na manutenção da prisão preventiva de Martins.

“Ele [Moraes] reconheceu que pode ter havido irregularidades e ilegalidades na prisão preventiva do Filipe, mas disse que isso não muda nada para o mérito da condenação”, relatou o defensor, demonstrando perplexidade com o que chamou de “desprezo pelo devido processo legal.”

Ao final de sua exposição, o advogado de Filipe Martins ainda teceu críticas à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à imprensa e ao Congresso Nacional.

“O Brasil está vendo isso, mas a advocacia está acovardada, a imprensa parece desinteressada em examinar os autos e a classe política segue inerte diante de tamanha arbitrariedade”, concluiu.

A defesa promete seguir recorrendo às instâncias internacionais, alegando que o rito processual no STF feriu garantias fundamentais previstas na Constituição Federal e no Pacto de San José da Costa Rica.

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