A Justiça de São Paulo determinou, nesta sexta-feira (18), a internação provisória de um estudante de uma escola particular da capital paulista de 13 anos de idade por atos no ambiente escolar que configurariam “apologia ao nazismo”.
Em fevereiro deste ano, o adolescente teria comparecido à escola fantasiado de Adolf Hitler, com imitação do seu penteado e bigode e feito a saudação nazista com o braço. Além disso, conforme consta no processo, o estudante teria dito que “Hitler devia matar mais” no decorrer de uma aula e também teria enviado “figurinhas” do líder nazista em grupos de Whatsapp.
Como elementos adicionais que comprovariam o comportamento nazista do adolescente, consta que já havia ofendido professores e colegas de classe com os adjetivos de “prostituta”, “vadia” e “macaca”. Há relatos de que o adolescente teria dito que levaria uma faca para cometer um massacre no último dia de aula do 9º ano.
A família do jovem entrou com um pedido de habeas corpus na Justiça. A alegação da defesa é a de que não houve a materialização de violência física ou a comprovação de grave ameaça. Tampouco se verificaram atos de preparação do alegado massacre por parte do adolescente. Tudo ficou restrito ao aspecto verbal.
Ainda segundo a família do jovem, a transferência para outra unidade de ensino melhorou sua situação emocional e o acompanhamento por um profissional da saúde constatou que seu comportamento é uma decorrência da ausência de apoio especializado.
O desembargador e vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), Beretta da Silveira. negou liminar que recorreu da ordem de internação.
O caso em questão é demonstrativo da histeria em nível mundial, impulsionada pelo sionismo, contra um nazismo defendido de forma abstrata. Essa campanha não passa de um pretexto para atacar de maneira frontal os direitos democráticos da população. Não é razoável acreditar que a internação compulsória de um adolescente teria qualquer relação real com o combate ao nazismo.
É fácil constatar que o sionismo – um instrumento do imperialismo – procura taxar as denúncias contra o genocídio promovido por “Israel” como de “antissemitismo” ou “discursos de ódio contra os judeus”. O lobby sionista atua para a aprovação de leis de censura e repressão aos “discursos de ódio” juntos às autoridades brasileiras, com a ideia de ameaçar de prisão e perseguição todos aqueles que se posicionarem publicamente contra o genocídio.
A internação do adolescente por “apologia ao nazismo” é um duro ataque aos direitos democráticos e serve como etapa preparatória para uma repressão generalizada contra a juventude. Inclusive, a decisão da Justiça cria jurisprudência, isto é, servirá de exemplo para aplicação em outras situações similares.
A juventude brasileira é duramente atingida pela crise capitalista. A situação emocional dos jovens é uma decorrência da crise social, da falta de perspectivas de vida e da repressão moral da sociedade. Nenhuma repressão aos “discursos de ódio” vai servir para combater o nazismo. Pelo contrário, o nazismo de verdade, impulsionado pela burguesia, vai continuar a florescer dentro do aparelho repressivo do Estado enquanto os jovens serão internados compulsoriamente.





