As Forças de Ocupação de “Israel” anunciaram neste domingo (27) uma pausa de 10 horas em ações militares em partes da Faixa de Gaza, supostamente para permitir a entrada de ajuda humanitária, incluindo caminhões de farinha, pelas passagens de Rafá e Karem Abu Salem.
A chamada “suspensão tática” teve início às 4h (horário de Brasília) e terminou às 14h (horário local), sendo limitada a determinadas áreas do território palestino.
De acordo com o comunicado das Forças de Ocupação, a medida faz parte de ações para “melhorar a resposta humanitária na Faixa de Gaza”. A pausa teria como objetivo permitir a passagem de caminhões de ajuda, especialmente os que transportam farinha, pelas duas principais rotas de entrada de suprimentos humanitários em Gaza.
Conforme denunciado pelos órgãos de imprensa ligados ao Eixo da Resistência, o regime sionista, por várias vezes, já utilizou o pretexto da “ajuda humanitária” para atrair a população palestina a armadilhas mortais. Muitas dessas pausas são descritas como “armadilhas sangrentas”, em que a ajuda serviu de isca para massacres.
Apenas na semana passada, em 20 de julho, ao menos 59 palestinos foram mortos e mais de 220 ficaram feridos quando tanques israelenses abriram fogo contra uma multidão que aguardava por ajuda humanitária em Khan Iunis. Segundo médicos palestinos, os tiros atingiram civis que esperavam caminhões de comida numa estrada a leste da cidade. Vídeos divulgados nas redes sociais mostraram corpos mutilados espalhados pela via, em cenas cobertas de sangue.
As Forças de Ocupação declararam que a suspensão das ações militares ocorreu nas regiões de al-Mawasi, Deir al-Balah e partes da Cidade de Gaza. Apesar do anúncio, os sionistas deixaram claro que a pausa se restringia às áreas especificadas, e que a ofensiva geral continuará em outras regiões.
“O combate não cessará, exceto nas áreas identificadas”, afirmou o porta-voz do Exército de “Israel”, acrescentando que este “continuará a atuar para limpar e neutralizar as áreas onde opera, eliminando infraestrutura e combatentes”.
A pausa havia sido anunciada no sábado à noite (26), quando o Ministério das Relações Exteriores de “Israel” afirmou: “amanhã de manhã implementaremos uma trégua humanitária nos centros e corredores humanitários em Gaza para facilitar a distribuição de ajuda”.
Apesar do anúncio da suspensão, a emissora libanesa Al Mayadeen relatou que o exército israelense intensificou sua ofensiva nas últimas horas, “com ataques por ar, mar e terra contra diversas regiões da Faixa de Gaza — principalmente locais onde se concentram civis deslocados”.
Em declarações emitidas neste domingo (27), dirigentes do Hamas reafirmaram que “não há negociação sob cerco e extermínio”. Segundo eles, “não há sentido em continuar as negociações enquanto nossos filhos, mulheres e povo são massacrados sob cerco, extermínio e fome”.
A pausa para entrada de ajuda humanitária, ainda que seguida por inúmeros ataques, é mais uma demonstração de fraqueza por parte do Estado de “Israel”. As práticas nazistas na Faixa de Gaza, que estão levando à morte de crianças por fome, está causando uma crise política de enormes proporções em todo o mundo, ao ponto de o presidente francês, Emmanuel Macron, se comprometer publicamente em apoiar a constituição do Estado Palestino.
Refletindo o recuo forçado do sionismo, o comentarista Noam Amir, do Canal 14 israelense, declarou: “‘Israel’ está se rendendo à campanha contra a fome na Faixa de Gaza e cedendo à pressão internacional”.





