Em nova demonstração do caráter sionista da Autoridade Palestina (AP), o presidente da entidade, Mahmoud Abbas, suspendeu os pagamentos feitos às famílias dos mártires, feridos e prisioneiros palestinos. Esses pagamentos, que foram realizados pela Autoridade desde sua criação, frequentemente representaram o único meio de sustento para as famílias dos palestinos que sacrificaram tudo em nome da Palestina. A medida foi adotada nesta segunda-feira (10).
Principal partido revolucionário da Resistência Palestina, o Hamas publicou um comunicado em seus canais no Telegram no mesmo dia, criticando duramente a medida criminosa adotada pelos cães de guarda do sionismo. Na declaração, o Hamas também denuncia Abbas como um capacho “submisso às pressões da ocupação sionista e do governo norte-americano”. A organização de resistência classifica a atitude de Abbas como um ataque direto à causa nacional palestina, chamando sua postura de “antipatriótica” e uma traição aos sacrifícios feitos pelo povo palestino:
“Em nome de Alá, o Mais Gracioso, o Mais Misericordioso
A decisão do Presidente da Autoridade de interromper o pagamento da assistência financeira às famílias dos mártires, prisioneiros e feridos (https://t.me/PalestineResist/73300) é um abandono de sua causa nacional.
Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), denunciamos a decisão do Presidente da Autoridade, Mahmoud Abbas, de cancelar a assistência financeira às famílias dos prisioneiros, mártires e feridos, abandonando sua causa nacional, em um momento em que nosso povo e as forças de resistência estão trabalhando para preservar os direitos dos mártires, libertar os prisioneiros e garantir uma vida digna para aqueles que foram libertados.
Afirmamos que essa ação é antipatriótica e representa um afastamento de um dos princípios nacionais. Pedimos sua reversão imediata e nos opomos à submissão às pressões da ocupação sionista e do governo norte-americano.
Transformar esse grupo nacional de luta — que sacrificou o mais precioso que possuem por nosso povo e por sua justa causa — em meros casos sociais é vergonhoso.
É necessário é valorizar os grandes sacrifícios dos prisioneiros, feridos e das famílias dos mártires, o preço que pagaram com suas vidas e os anos que passaram nas prisões da ocupação, e apoiar suas famílias, em vez de abandoná-las neste momento crítico da história da nossa causa palestina.
Movimento de Resistência Islâmica – Hamas
Segunda-feira: 11 Sha’ban 1446 AH
Correspondente a: 10 de fevereiro de 2025”
No mesmo dia, a luta revolucionária agora concentrada nas campanhas de guerrilha ocorridas na Cisjordânia, em especial na cidade de Jenin (epicentro da guerrilha) e também em Tulkarem. Ao sítio The Cradle, os de soldados da ocupação confirmam que a cúpula militar sionista implementou a política de “abrir fogo” para matar, sem necessidade de detenção, resultando em um aumento expressivo no número de civis mortos. Essa estratégia foi autorizada pelo chefe do comando central Avi Balut e se aplica até mesmo a veículos que deixam as zonas de ataque, colocando palestinos que fogem dos bombardeios diretamente na linha de tiro.
No último final de semana, a cidade de Tulkarem e especificamente, o campo de refugiados de Nour Shams entraram oficialmente no centro da ofensiva israelense, com ataques que já deixaram pelo menos sete mortos. Entre as vítimas do último dia 9 estão Rahaf al-Ashqar, de 21 anos, e Sundus Shalabi, de 23, que estava grávida de oito meses e foi assassinada ao tentar escapar com sua família. Soldados sionistas impediram a chegada de equipes médicas, impossibilitando a tentativa de salvar a vida do feto.
Os massacres se estendem por toda a Cisjordânia, com as forças da ocupação promovendo apagões, cortes de água e destruição sistemática da infraestrutura em diversas cidades. Em Jenin, que está sob cerco há mais de 20 dias, pelo menos 25 palestinos foram mortos desde o início do ataque. A repressão atinge também Tamoun e o campo de refugiados de Al-Faraa, onde casas são revistadas sob bombardeio de drones e a população sofre com escassez de suprimentos.
Além das execuções sumárias, a repressão israelense inclui destruição massiva de moradias, prisões em massa e deslocamento forçado de milhares de palestinos. Só em Jenin e Tulkarem, mais de 26 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas. A ofensiva também atinge a imprensa: jornalistas claramente identificados como repórteres foram alvejados enquanto cobriam a devastação promovida pela ocupação.
Diante da brutalidade crescente, a Resistência Palestina intensificou suas ações contra as forças invasoras. O Brigadas de Al-Quds, milícia do Movimento Jiade Islâmica Palestina, realizaram emboscadas em Tulkarem e Jenin, detonando explosivos e atacando patrulhas militares.
Em um dos episódios, ao menos dez soldados sionistas foram atingidos por um artefato explosivo seguido de fogo pesado da resistência. Já na manhã de 9 de fevereiro, combatentes palestinos detonaram um campo de minas contra uma patrulha sionista em Tulkarem, causando baixas entre os ocupantes.
A ocupação israelense segue sua escalada genocida na Cisjordânia, aprofundando sua política de extermínio contra o povo palestino. Enquanto “Israel” intensifica o massacre, a Resistência Palestina reafirma sua luta contra o cerco e a destruição promovidos pelo sionismo.