Awni Abd al-Hadi foi uma figura central no movimento nacionalista árabe e na luta pela independência da Palestina durante o Mandato Britânico. Nascido em Nablus, estudou no Liceu de Beirute e, posteriormente, no Colégio Malakiyya, em Istambul, onde se destacou como defensor dos direitos árabes contra as políticas de turquificação do Império Otomano.
Ainda em Istambul, em 1909, ajudou a fundar o Clube Literário Nacionalista (al-Muntada al-adabi). No ano seguinte, mudou-se para Paris para estudar Direito, formando-se em 1914. Durante sua estadia na França, participou da criação da associação nacionalista secreta al-Arabiyya al-Fatat (Sociedade Jovem Árabe), sendo eleito para sua diretoria executiva. Também esteve envolvido na organização do Primeiro Congresso Árabe, realizado em Paris em 1913.
Com o início da Primeira Guerra Mundial, permaneceu em Paris, atuando como professor e contador de banco, antes de se dedicar ao jornalismo. Após o conflito, acompanhou o príncipe Faisal, filho de Sharif Hussein, em missões diplomáticas a Paris e Londres. De volta a Damasco, em 1920, juntou-se ao Partido da Independência Árabe e foi nomeado secretário do recém-eleito rei da Síria, Faisal. Com a invasão francesa à Síria e a deposição do rei, Abd al-Hadi seguiu para o Cairo e depois para Amã, onde foi nomeado chefe do diwan do principado da Transjordânia.
De volta à Palestina em 1921, estabeleceu-se em Jerusalém como advogado. Sua atuação nacionalista se consolidou após o Sétimo Congresso Nacional Palestino, realizado em 1928, onde foi eleito membro do Comitê Executivo Árabe. Nesta posição, participou de delegações palestinas no exterior e testemunhou perante comissões britânicas de inquérito, como a Comissão Shaw e a Comissão Peel, que investigaram as revoltas palestinas contra a política sionista imposta pelo Mandato Britânico.
Em 1931, participou do Congresso Pan-Islâmico em Jerusalém e foi eleito para seu Comitê Executivo. No ano seguinte, assinou a declaração de refundação do Partido da Independência, defendendo a independência plena dos países árabes, a unidade árabe indivisível e a Palestina como parte natural da Síria.
Abd al-Hadi enfrentou perseguição pelas autoridades britânicas, sendo preso em 1933 após participar de manifestações em Jaffa contra a política pró-sionista britânica. Em 1936, durante a Greve Geral contra as políticas coloniais, foi nomeado secretário do Comitê Superior Árabe, presidido por Haj Amin al-Husseini. Novamente preso, foi internado no campo de Sarafand.
Após a publicação do relatório da Comissão Peel em 1937, que recomendava a partilha da Palestina, Abd al-Hadi seguiu para Bagdá e, posteriormente, para Genebra, onde apresentou o caso árabe contra a divisão na Liga das Nações. Proibido de retornar à Palestina, permaneceu no Cairo, onde trabalhou para sensibilizar políticos egípcios pela causa palestina e participou da Conferência de Mesa Redonda em Londres, em 1939.
Em 1941, foi delegado pelo rei Abd al-Aziz da Arábia Saudita para promover a criação de um órgão pan-árabe. Em 1943, voltou à Palestina e dedicou-se a reorganizar o Partido da Independência e a proteger terras palestinas da expropriação sionista.
Após a criação da Liga Árabe, em 1945, Abd al-Hadi integrou o Comitê Superior Árabe reconstituído e foi representante da Palestina em diversas instâncias internacionais. Com o fim do Mandato Britânico e a criação do Estado sionista, mudou-se para Damasco e, posteriormente, para Amã.
Em 1951, foi nomeado ministro plenipotenciário da Jordânia no Cairo e, em 1956, tornou-se ministro das Relações Exteriores. Mais tarde, presidiu o Comitê Jurídico Permanente da Liga Árabe até sua morte em 15 de março de 1970, no Cairo.




