Quando, há cerca de dois meses, foi aprovado o cessar-fogo em Gaza, alguns disseram que seria algo de mentira, pois “Israel” sempre continuaria atacando os palestinos. A afirmação, embora pareça verdadeira, porque de fato o Estado de “Israel”, até que seja extinto, não parará de atacar os palestinos, é falsificadora e joga água no moinho dos próprios sionistas, que não poderiam, nunca, admitir uma derrota.
Mas o fato é que o cessar-fogo foi uma incrível vitória da resistência palestina e uma derrota do sionismo e do imperialismo. Sem entrar nos detalhes dessa vitória, bastaria dizer que, depois de mais de um ano de bombardeios e massacres promovido por um país que tem uma das mais poderosas forças armadas do mundo, que afirmou que iria dizimar o Hamas e a resistência, não conseguiu atingir nenhum desses objetivos. Pior ainda, tiveram que aceitar um cessar-fogo que trocava alguns prisioneiros “israelenses” por milhares de reféns palestinos sequestrados pelos sionistas.
O Hamas e a resistência não só não foram aniquilados, como se fortaleceram politicamente no seio do povo palestino. Assim como mostrou que sua força militar também não foi abalada de modo decisivo.
Os que disseram que o cessar-fogo foi de mentira, agora usam os novos bombardeios para tentar prova a sua tese. O problema é que, na realidade, eles provam justamente o contrário: que o cessar-fogo foi uma terrível derrota para os sionistas.
Netaniahu foi empurrado para os novos bombardeios justamente porque a crise do regime israelense após o cessar-fogo se aprofundou. Os bombardeio covardes são uma tentativa de mostrar justamente que o cessar-fogo não foi uma derrota.
A crise do regime sionista foi tão grande que Netaniahu tenta, de maneira desesperada, retomar o equilíbrio de forças no país. Tanto é assim que ele não enviou tropas até agora, mas está bombardeando, justamente porque não tem condições políticas de fazer isso, tamanha é a crise de seu governo.
O problema é que os bombardeios podem piorar a situação de Netaniahu que, há muito tempo está num globo da morte. Se parar de acelerar, ele cai. Mas até quando ele terá combustível para isso? Parece que muito pouco. A crise não é apenas interna em “Israel”, mas no mundo todo a ação do sionismo está despertando uma revolta. O rompimento do cessar-fogo é uma nova etapa dessa revolta, pois desmascarou ainda mais o caráter genocida e covarde do Estado de “Israel”.