A recente libertação de milhares de palestinos das prisões israelenses representa uma vitória política e moral de enorme alcance para o movimento de resistência nacional. A liderança do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) não realizou concessões para alcançar o cessar-fogo, demonstrando confiança e força política. O objetivo central da captura de prisioneiros de guerra israelenses foi justamente viabilizar a troca por palestinos detidos — um mecanismo legítimo de guerra que resultou na libertação de figuras importantes da luta palestina.
Essa conquista possui uma dimensão política que muitos, distantes da realidade da luta, são incapazes de compreender. Passar décadas nas prisões sionistas significa enfrentar condições brutais, isolamento e tentativas constantes de aniquilação moral. A libertação desses combatentes não é apenas uma medida humanitária, mas um reforço concreto da moral e da unidade da resistência palestina. Cada libertação reafirma a solidariedade entre aqueles que lutam fora e dentro das prisões, fortalecendo o vínculo coletivo e o sentimento de que a causa comum avança.
Diz-se que, durante o período em que esteve encarcerado, o revolucionário palestino Iahia Sinuar prometeu a seus companheiros que, ao sair, lutaria até libertar cada um deles. O cumprimento dessa promessa demonstra que o movimento não abandona seus combatentes e mantém viva a perspectiva de libertação nacional. Hoje, cerca de dez mil palestinos ainda estão presos, e cada um deles enxerga nessa troca a prova de que sua luta é parte de um movimento vivo e em marcha.
A operação de troca de prisioneiros é, portanto, um fato político de enorme relevância. Ela reforça a coesão interna da resistência, eleva a moral do povo palestino e enfraquece o aparato repressivo sionista. O silêncio de setores da esquerda diante desse feito revela o distanciamento completo de quem não compreende o significado real da luta dos povos oprimidos. Para o movimento palestino, cada prisioneiro libertado é uma vitória concreta contra a ocupação e uma afirmação de que a resistência segue viva e organizada.





